Arquiteta cria projeto social que capacita mulheres para reformar moradias

A profissional contou à Casa e Jardim um pouco sobre o trabalho que já ajudou a melhorar a vida de 17 famílias desde sua fundação.

Foi durante o mestrado que a arquiteta mineira Carina Guedes (na foto, a segunda da direita para a esquerda) resolveu criar o Arquitetura na Periferia, um projeto social que capacita mulheres para reformar suas próprias moradias. A profissional contou à Casa e Jardim um pouco sobre o trabalho que já ajudou a melhorar a vida de 17 famílias desde sua fundação, há quatro anos.

Por que você optou por focar somente nas mulheres?

Porque elas ainda são muito excluídas na área da construção civil, apesar de gastarem mais que o dobro de horas do que os homens realizando os trabalhos de casa. No começo, o objetivo era melhorar a moradia delas, pois isso influencia na qualidade de vida. No entanto, o processo trouxe resultados além do esperado: melhorou a autoestima dessas mulheres e trouxe muitos benefícios, não só para o espaço físico, mas para a vida delas.

Como funciona o projeto?

O trabalho atende grupos de três a cinco pessoas por vez e se divide em duas etapas: na primeira, que dura de quatro a seis meses, acontecem encontros semanais com foco no planejamento da obra. Explicamos como medir a casa e fazer croquis, por exemplo. Também temos oficinas de orçamento, finanças e construção. Além disso, uma mestre de obras as ensina a mexer com alvenaria, reboco e hidráulica. Já a segunda etapa consiste na realização das obras. Três arquitetas e duas estudantes de engenharia as supervisionam e auxiliam durante o andamento do processo.

De onde vem a verba para a realização?

A plataforma Abrace o Brasil, da ONG BrazilFoundation, foi o único apoio financeiro que tivemos desde o começo. O primeiro grupo foi atendido com a minha bolsa de mestrado e os outros com contribuições dessa ONG. Mas aceitamos doações através do site:abraceobrasil.org/arquiteturanaperiferia .

Fonte: Obra 24horas