Venda de cimento cresceu em agosto, mas aço teve queda no semestre

As vendas de cimento em agosto apresentaram ligeira alta totalizando 6 milhões de toneladas, um crescimento de 1,4% em relação ao mesmo mês de 2022.

No acumulado do ano (janeiro a agosto), os números permaneceram negativos, alcançando 41,7 milhões de toneladas, uma queda de 1,3% comparado ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic).

Segundo a entidade, “ao se analisar o despacho do insumo por dia útil nota-se uma majoração de 1,8% sobre o mesmo mês do ano anterior, ou seja, comercialização de 238,9 mil toneladas por dia em agosto de 2023.”

Conforme demonstram os principais indicadores, as vendas de materiais de construção, particularmente do cimento, vêm sendo impactadas pela menor renda da população, elevadas taxas de juros e alto endividamento das famílias, próximo ao recorde da série histórica – atingiu 48,3%, em junho.

Já quanto à confiança do consumidor, houve pelo quarto mês consecutivo uma sensível melhora, o maior nível desde 2014.

Os resultados refletem o processo de recuperação do quadro macroeconômico, do mercado de trabalho e os resultados iniciais do programa de quitação de dívidas – Programa Desenrola. Apesar de ser o quarto mês positivo, o índice ainda está abaixo do nível considerado como neutro.

O setor de infraestrutura vê como grande avanço o Novo Programa de Aceleração do Crescimento – PAC3, iniciativa do governo lançado em agosto, que prevê desembolso de R$ 1,4 trilhão entre 2023 e 2026. Somente em rodovias estão previstos 269 projetos de restauração, construção e duplicação de estradas pelo país, com investimentos previstos de R$ 186 bilhões, aporte que poderá abrir oportunidades para o uso de soluções mais econômicas e ambientalmente sustentáveis, como o pavimento rígido de concreto.

Por outro lado, dados da Associação Latino-americana de Aço (Alacero) indicam que incertezas globais provocam queda na produção de aço na América Latina no primeiro semestre de 2023 e lenta recuperação nos setores consumidores.

Nos primeiros seis meses de 2023, a produção de aço bruto ficou 8,9% abaixo do mesmo período do ano anterior. Já a produção de laminados, no primeiro semestre de 2023, ficou 4% abaixo do primeiro semestre de 2022;

Quanto ao comércio de laminados, nos primeiros cinco meses de 2023, as importações ficaram 0,3% abaixo do mesmo período do ano anterior, movimento também visto nas exportações, que registraram queda de 26,2%.

Sobre os setores consumidores de aço, maio de 2023 demonstra uma melhoria geral em todos os segmentos quando comparado com abril.

Quanto aos setores consumidores de aço, o comportamento dos principais deles, em maio de 2023, envolve alguns mostrando sinais modestos de melhoria e outros permanecendo em terreno negativo. No entanto, em comparação com os registros de abril, há uma melhoria geral em todos os segmentos.

Fonte: Grandes Construções