Soluções da chamada Construção 4.0 serão destaques

A digitalização está transformando a forma de fazer negócios no mundo. O conceito “4.0” já permeia as principais discussões de diversos setores econômicos. A expectativa é que até 2020 novos desenvolvimentos aconteçam, afetando a economia global. Por isso, é de importância crucial enxergar as oportunidades que essa revolução traz, aliando a experiência e a tradição existentes com as novas possibilidades digitais.

No caso da indústria da construção, o uso de novas tecnologias pode ser visto em diversos pontos do planeta, como o uso de impressão 3D para construção de empreendimentos residenciais, a utilização de programas que funcionam com inteligência artificial, a análise de Big Data, Internet das Coisas (IoT) e o BIM (Building Information Modeling).

Para a Porsche Consulting, o conceito de Construção 4.0 se baseia na premissa de que as empresas de construção devem estar um passo à frente. “Mesmo sendo uma indústria tradicional e com um negócio estabelecido, é necessário se adaptar e inovar para continuar no mercado. Isso significa que a Construção 4.0 se trata de um processo, que precisa começar com Lean Construction (construção enxuta, em livre tradução), uma metodologia com foco na eliminação de atividades que não agregam valor e a sistematização das necessidades dos clientes internos e externos. Um processo baseado em zero desperdício, em excelência operacional, que inclui tanto o homem, como as máquinas, os equipamentos e os materiais. Não adianta pensar em digitalizar, se ainda houver um processo ruim”, explica Daniel Jardim, gerente para a indústria de construção civil e equipamentos da consultoria.

De acordo com estimativas do Fórum Econômico Mundial, a digitalização poderia ajudar a indústria da mineração a economizar cerca de US$ 190 bilhões ao longo da próxima década, o que representa quase 3% do total de vendas do setor. “As áreas nas quais a tecnologias digitais podem ser empregadas incluem otimização da cadeia de suprimentos por meio de maior contato entre fornecedores e clientes, processos digitais de compras para garantir transparência nos preços e custos, e uso mais sustentável de recursos como água e energia elétrica”, diz Jardim.

Nesse sentido, no Brasil existem iniciativas importantes fomentadas por construtoras que entenderam a necessidade de pensar enxuto e principalmente “fora da caixa”. “Vemos uma aproximação cada vez maior dessas empresas com programas para inovação interna, conexão com núcleos universitários e startups. Mas, também, temos ainda exemplos de ineficiência no setor”, avalia Jardim, que acrescenta que as inovações técnicas são necessárias para contrabalancear a queda de produtividade e da atividade econômica, como ocorreu no país, devido à séria recessão pela qual passou a economia nacional.

No mundo, as principais construtoras já começam a incorporar uma grande variedade de novas tecnologias ao seu planejamento estratégico, como por exemplo, sensores, realidade aumentada e realidade virtual (RA/RV), que aumentam a eficiência e a segurança dos treinamentos e das atividades dos funcionários; capacetes inteligentes que medem a fadiga dos operadores e emite alertas automáticos de perigo, se necessário, além de dados coletados em operações de rotina, que ajudam os engenheiros a melhorarem o projeto, bem como a marcarem esses locais para alcançarem os maiores níveis possíveis de segurança e eficiência.

Já na área de mineração, Jardim cita a mineradora de cobre Codelco, no Chile, que criou a Codelco Tech, um ágil laboratório de inovação, cujos funcionários trabalham exclusivamente em projetos de transformação, buscando parcerias com fornecedores, institutos de pesquisa e startups para criar soluções abertas que beneficiem toda a indústria. “Além das LHDs autônomas e diagnóstico por robôs, essas soluções incluem um centro de processamento integrado na sede da empresa que coleta e analisa dados históricos de diferentes minas para otimizar processos e fundamentar decisões. A automação e o uso de equipamentos autônomos e semiautônomos não apenas aumentarão a produtividade, como também a sustentabilidade das operações altamente complexas, bem como a segurança dos que trabalham neste segmento extremamente arriscado”, conta.

Esse case de sucesso mostra que a otimização do OEE (eficácia geral do equipamento), redução dos custos operacionais, o aumento da eficiência dos processos e a qualidade e flexibilidade são referências essenciais para a implementação de conceitos 4.0. “O uso de tecnologia disruptiva baseada em dados, incluindo inteligência artificial, IoT, Data Analytics e Cloud, pode revolucionar a gestão, agregando valor à obra”, enfatiza Jardim. Atualmente, existem aplicativos, que permitem, por exemplo, a gestão dos processos envolvidos na construção, a partir da conversão dos projetos em QR Codes, que são impressos e distribuídos em locais específicos de execução na obra. Com isso, há uma atualização online dos projetos e comunicação em tempo real entre todos os envolvidos no processo.

Para o mercado de equipamentos para construção, Jardim analisa que em um ambiente cada vez mais orientado para softwares, as empresas não podem depender apenas dos seus pontos fortes de hardware e focar apenas na manufatura e produção, nem mesmo se tiverem softwares embarcados avançados. “O mundo cibernético e físico futuro (Internet das Coisas) requerem competências nas duas áreas – a Internet E as Coisas. Por outro lado, as empresas de máquinas também podem transformar essas mudanças em novas oportunidades de maior crescimento, maior eficiência e maior satisfação do cliente”, finaliza.

Jardim participará no dia 29 de novembro, da M&T Expo 2018 – 10ª Feira Internacional de Equipamentos para Construção e Mineração, ministrando a palestra CONSTRUCTION 4.0: O que é e os cenários para a digitalização na indústria da construção e os impactos para o mercado de equipamentos.

A Arena de Conteúdo da M&T Expo 2018 contará ainda com apresentações das consultorias EY e KPMG, da Dal Pozzo Advogados, do Instituto OPUS de Capacitação Profissional e com as palestras técnicas proferidas por empresas do setor da construção e mineração: Bomag Marini, Caterpillar, John Deere, Kaeser, Liebherr, LOTS Group, Mapear com Drones, Moba, SSAB, Terex, Trimble e Volvo, e pela instituição internacional: VDMA (Associação Alemã de Máquinas e Equipamentos).

Marcada entre os dias 26 e 29 de novembro, no São Paulo Expo, 10ª M&T Expo será o principal ponto de encontro do setor na América Latina. Promovida, pela primeira vez, em 1995, pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), a edição de 2018 marca o início do acordo de cooperação de longo prazo firmado entre a entidade e a Messe München, promotora da bauma, maior feira mundial da área de equipamentos para construção. Para visitar a M&T Expo 2018, basta realizar o credenciamento online no site oficial.

Serviço

M&T Expo 2018 – 10ª Feira Internacional de Equipamentos para Construção e Mineração

Data: 26 a 29 de novembro de 2018

Horários: 26 a 28 – 13h às 20h | 29 – 9h às 16h

Local: São Paulo Expo Exhibition & Convention Center – Rodovia dos Imigrantes, km 1,5 – Água Funda – São Paulo/SP

Informações e credenciamento: http://www.mtexpo.com.br

Fonte: Revista Construa