Plantas que já foram consideradas cafonas voltam à moda

Samambaias, jiboias, dracenas e espadas-de-São-Jorge retornam com tudo à decoração.

Depois de sua ascensão e queda, a samambaia , quem diria, retorna triunfante à decoração. Não só ela, mas outras plantinhas com cara de casa de mãe ou de avó dos anos 1970 e 1980. Jiboia, dólar, espada-de-São- Jorge, dracena, antúrio e algumas espécies de palmeira também voltaram com tudo. A praticidade é um dos motivos dessas velhas conhecidas estarem retornando. A espada de São Jorge tem um resistência que impressiona. Nem o sol abrasador, a sombra intensa, a falta de água ou até mesmo o solo pobre são capazes de derrubá-la. A paisagista Anna Luiza Rothier confirma:

— Atualmente, tem havido um resgate de algumas dessas espécies que chegam assumindo novos postos; é o caso das samambaias e jiboias, que têm sido largamente utilizadas em jardins verticais, pois têm crescimento rápido e se alastram com facilidade, cobrindo os espaços — diz Ana. —A espada-de-São-Jorge foi estigmatizada por preconceito religioso durante algum tempo, mas é um tabu que está caindo por terra. Além de ser uma planta de fácil propagação, é bastante resistente, podendo ser cultivada tanto em interiores quanto exposta a vento, maresia e sol pleno.

A Selvvva, das arquitetas Denise Yui e Julia Rettmann, vende para todo o Brasil tanto suportes de ferro quanto acessórios suspensos, hoje chamados de hangers, que estão em alta na decoração. Basta pendurar o adorno com a samambaia em um ganchinho no teto. Para esse tipo de suporte, as plantas choronas são ideais, pois ficam ainda mais vistosas quando penduradas. No Brasil, a rede Pinterest viu o número de ideias salvas para samambaias aumentar 475% no último ano.


Babi Teixeira usou uma palmeira Ravenala na sala – Divulgação

A arquiteta Babi Teixeira gosta de usar as dracenas vermelhas em arranjos. Na casa da cliente Viviane Monteiro, elas aparecem em lugar de destaque, dentro de um vaso dourado da Holaria. Em outro projeto, o destaque foi uma enorme palmeira Ravenala, além de uma minissamambaia e e de uma barra de Moisés.

— Como o ambiente é despojado e tem muita luz natural, usei a palmeira Ravenala, que tem uma forma escultural.

Anna Luiza diz que não pode deixar de citar a planta da vez, embora ela seja uma novidade e não um resgate:

— A fícus-lyrata é uma tendência em paisagismo relativamente recente. Tem adornado lofts nova-iorquinos descolados e já invadiu o interior de casas e apartamentos mais antenados no Brasil, sobretudo em São Paulo e no Rio. É uma árvore exuberante, com folhas verde-escuro grandes, onduladas e que não exigem muitos cuidados no dia a dia — ensina ela. —Se plantada diretamente no solo, pode desenvolver uma grande copa. Se alocada em vasos para área interna, como tem aparecido na decoração, seu crescimento torna-se mais lento e suas folhagens mais esparsas, apresentando um porte arbustivo.

Fonte: Obra 24horas