PIB médio do país pode subir 3,7%

Para que isso ocorra, seria necessário melhorar a produtividade por meio do aumento de aportes nas áreas de educação e em infraestrutura

Para que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil alcance um crescimento médio anual de 3,7% entre 2019 e 2031, a taxa de investimento do país, hoje em 16,5% do PIB, deveria se deslocar para 19,5%. Nesse cenário, o PIB per capita nacional avançaria 3,2% ao ano.

As projeções foram apresentadas por José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea).

Em um ambiente com uma taxa de investimento de 17,8% do PIB, a economia conseguiria expandir anualmente em 2,1%, enquanto o crescimento do PIB por pessoa teria capacidade de avançar apenas 1,6% ao ano.

As duas perspectivas traçadas por Souza Júnior levam em conta uma implementação de reformas fiscais que sejam capazes de controlar os gastos públicos, especialmente com a Previdência Social.

“Sem as reformas fiscais não dá para projetar nada de longo prazo”, afirma o pesquisador do Ipea.

Ele entende que o controle fiscal é importante para diminuir gradualmente a dívida bruta do governo e, com isso, abrir espaço no orçamento da União para alavancar os investimentos.

O cenário mais otimista indicado por Souza Júnior – com o PIB crescendo a 3,7% por ano – só ocorreria em um ambiente de elevação da produtividade, principalmente a do trabalho, por meio da expansão e da melhor alocação de recursos na área de educação. Na visão dele, os ensinos básico e fundamental devem ter prioridade nessa agenda.

Infraestrutura

Outro fator importante para a expansão sustentável da economia vem da melhoria da infraestrutura.

Hoje, o país investe 2% do PIB na área, por ano. A sócia da consultoria Oliver Wyman no Brasil, Ana Carla Abrão Costa, afirma que esse montante é o que o Brasil precisa para cobrir a depreciação dos ativos nacionais.

“Mas, para que, de fato, o país consiga aumentar o investimento e melhorar a qualidade da infraestrutura, será necessário dobrar esse número ao longo de 25 anos, pelo menos”, comenta Ana Carla, ao citar dados de uma pesquisa realizada pela própria consultoria.

O estudo prevê que, para modernizar a infraestrutura nacional, o Brasil teria que aumentar para 4,2% do PIB os seus aportes na área, por ano.

Desses 4,2%, 2% precisaria ser alocado na melhoria dos transportes; 1,1% em energia; 0,7% em telecomunicações e 0,4% em saneamento básico.

Fonte: ALEC