Novo parque de SP terá 25 mil M² de mata atlântica nativa

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), somente da Mata Atlântica original está na capital, o que é um absurdo para a manutenção natural da qualidade do ar e para o habitat de animais. Diferente de muitas capitais do mundo, a cidade de São Paulo cresceu sem qualquer planejamento, com ruas estreitas em muitos lugares e sem áreas verdes de proteção permanente. Restaram poucos lugares como o Parque do Ibirapuera, com natureza exuberante. Além do desmatamento causado pelo crescimento desenfreado da construção civil na cidade, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), espécies estrangeiras invasoras representam a segunda maior causa de perda de biodiversidade do mundo, colaborando para o atual cenário.

Entretanto, no capitalismo consciente, “Toda empresa precisa lucrar, mas precisa também deixar um legado para a sociedade”, explica Vinicius Amato, Diretor de Incorporação da Gamaro Incorporadora. É com base neste conceito que a empresa projetou “O Parque”, empreendimento que consiste em juntar torres residenciais, empresariais e a natureza de um parque com acesso público em uma só área, localizado no centro financeiro de São Paulo. A matemática não foi difícil: Brooklyn, região nobre com muitos clientes que sonham em morar em um lugar com muita natureza e beleza natural, mas especificamente, dentro de um parque.

O terreno que já foi fazenda de várzea, fábrica de baterias e por fim indústria de peças para indústria naval e automobilística, será a nova casa de mais de 25 mil m² de flora nativa paulista. Dentre a vegetação, haverá pelo menos 10 espécies extremamente raras de se encontrar.

Segundo Ricardo Cardim, consultor em biodiversidade nativa e arqueologia botânica para o restauro da paisagem natural, contratado pela incorporadora, as sementes estavam adormecidas há anos. “Com a reconstituição do solo a partir da retirada do entulho do terreno, elas voltaram a brotar”, afirma Cardim. Entre as 10 espécies, serão replantadas capim de rabo de burro, taboa do brejo, macela do campo e alecrim do campo. Para isso, a Gamaro investiu em pesquisas para descobrir técnicas de germinação dessas sementes raras, sobre as quais não havia nenhum tipo de registro, pesquisa empírica ou científica. Como casos de sucesso, podemos citar o cauaçu e a carqueja da serra do mar.