Indústria e varejo não conseguem se beneficiar dos bons ventos da economia
Apesar de melhoras recentes em variáveis macroeconômicas, como o início do ciclo de redução de juros e o maior controle da inflação, o impacto disso em alguns setores está demorando mais tempo para ser sentido. Um sinal dessa dificuldade é o aumento do percentual de empresas com estoques excessivos. Na indústria, por exemplo, essa proporção chega ao maior nível desde o auge da pandemia. No varejo, grande parte das empresas relata ter estoques em excesso, com destaque para veículos, motos e peças, tecidos, vestuário e calçados.
Segundo economistas, esse excesso indica que esses setores não estão conseguindo se beneficiar dos bons ventos da economia. A preocupação é corroborada pelos últimos movimentos dos indicadores de confiança do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
Em novembro, o Índice de Confiança da Indústria teve leve alta, de 1,9 ponto, para 92,7 pontos, depois de quatro quedas mensais consecutivas, mas ainda abaixo do nível de neutralidade de 100. Os níveis mais baixos são visíveis no Índice de Expectativa, que passou de 90,8 para 92,1 pontos. O Índice de Situação Atual, por sua vez, foi de 90,9 pontos em outubro para 93,3 pontos em novembro.