Indústria de materiais de construção recuou 7% em 2022

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) sobre as vendas de materiais de construção em todo o país apontou queda acumulada de 7% em 2022. A pesquisa indica que em dezembro a indústria do setor caiu na comparação com o mês anterior, com redução de 1,9%. Já na comparação com o mesmo mês de 2021, houve retração de 8,7%. Diferente de 2021, quando houve efetiva recuperação para o setor, com crescimento de 8,1%, a estimativa preliminar do faturamento total deflacionado dos materiais de construção para 2022 aponta uma queda de 7%.

Com esse resultado, o faturamento deflacionado dos materiais básicos diminuiu em 6,9%, enquanto os materiais de acabamento apresentaram contração de 7,4%, ambos no acumulado de 2022.

As seguidas quedas no faturamento, que culminou na redução de 7% no faturamento em 2022, trazem um sinal de alerta para o setor, mas todo o contexto precisa ser analisado, de acordo com Rodrigo Navarro, presidente da Abramat.

“São inúmeros fatores que levaram nosso setor a sofrer com quedas constantes e significativas. Podemos citar o elevado endividamento das famílias em um contexto de orçamento doméstico mais disputado com gastos com alimentação, o que tem deprimido a demanda por materiais. A taxa de juros em patamar ainda elevado (13,75%) e a inflação de 2022 que fechou em 5,79% (IPCA). Outro fator é a indefinição a respeito das políticas fiscais e econômicas a serem desenvolvidas pelo próximo Governo Federal. De todo modo, as projeções da FGV indicam crescimento de 2% em 2023”, explica Rodrigo.

Já o Índice Nacional de Custo da Construção Civil – Mercado (INCC-M) subiu 0,32% em janeiro. O percentual é um pouco acima do registrado no mês anterior, quando ficou em 0,27%. Nos 12 meses o indicador acumula elevação de 9,05%. Em janeiro de 2022, o índice registrou 0,64% no mês e acumulava alta de 13,70% em 12 meses. Os números foram divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador é pesquisado entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

A taxa de materiais, equipamentos e serviços passou de 0,38% em dezembro para queda de 0,12% no primeiro mês do ano. Nesse grupo depois da alta de 0,37% registrada em dezembro, a taxa correspondente a materiais e equipamentos recuou 0,26% em janeiro.

“Três dos quatro subgrupos componentes apresentaram decréscimo em suas taxas de variação, destacando-se materiais para estrutura, cuja taxa passou de 0,62% para -0,55%”, informou.

A variação relativa a serviços cresceu de 0,43% em dezembro para 0,53% em janeiro. Neste grupo, o destaque é a evolução do item taxas de serviços e licenciamentos, que passou de 0% para 2,40%. Outro avanço ocorreu na taxa relativa ao índice da mão de obra. Após registrar 0,16% em dezembro, subiu 0,77% em janeiro.

Já o Índice de Confiança da Construção Civil, também medido pelo Ibre, caiu 1,7 ponto em janeiro, com 93,6 pontos, representando o menor nível desde março de 2022 (92,9 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 2,4 pontos.

De acordo com o instituto, o pessimismo de janeiro não está disseminado por todos os segmentos setoriais. Na comparação interanual, o indicador de confiança foi sustentado por uma melhora expressiva na percepção em relação à situação corrente dos empresários ligados à infraestrutura. Em menor magnitude também cresceu o índice das empresas de edificações. “Por outro lado, a queda nas expectativas afetou todos os segmentos, revelando o efeito mais disseminado das incertezas”, diz a sondagem.

Fonte: Monitor Mercantil