CNI deve anunciar revisão de projeção de crescimento da indústria para 2,4% em 2024, diz presidente

Falando no 9º Congresso Internacional do Alumínio nesta terça-feira (9), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que a entidade deve comunicar ao longo desta semana a elevação da projeção de crescimento da indústria em 2024 de 2,1% para 2,4%.

Conforme o executivo, a decisão de melhorar a estimativa vem na esteira da previsão de expansão de 2,5% da economia brasileira indicada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Conforme Alban, é preciso assegurar que a política industrial que está sendo gestada pelo governo federal compreenda toda a cadeia produtiva, independentemente das divergências existentes.

O “custo Brasil”, comentou, é um ponto que precisa ser atacado, a despeito das iniciativas já adotadas, e é preciso criar condições para aproveitar as oportunidades que a transição energética trará.

Também presente ao evento da indústria do alumínio, a secretária de comércio exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Tatiana Prazeres, disse o Brasil vive um momento histórico no que se refere ao debate sobre política industrial, que esteve fora da agenda do governo por anos. “Este governo acredita que o futuro do Brasil passa pela indústria”, afirmou. “Todos sabemos que houve um processo de desindustrialização grave e precoce desde os anos 80 e é preciso que a indústria retome o protagonismo.”

Foi nesse contexto, conforme Tatiana, que foi lançado o Nova Indústria Brasil e o alumínio está presente em todas as “missões” que guiam a confecção do programa.

“O objetivo é fazer com que tenhamos indústria mais inovadora, digital, verde, exportadora e produtiva. E o alumínio é um setor estratégico”, apontou.

Em sua avaliação, o setor tem perspectivas “muito positivas”, com aumento de demanda ao longo do tempo e papel relevante no processo de transformação para uma economia de baixo carbono.

Além disso, seguiu a secretária, tem elevada taxa de agregação de valor, uma vez que 88% da bauxita produzida no brasil é processada localmente. “Isso não é trivial”, disse.

Em relação aos desafios a essa indústria, Tatiana destacou, além do ciclo de baixa atual, há restrições ao comércio relacionadas à agenda ambiental e segurança nacional. “Estamos especialmente atentos às restrições às exportações”, disse.

Excesso de capacidade produtiva no mundo e a adoção de políticas industriais por países com maior capacidade de subsidiar suas indústrias do que o Brasil, entre outras iniciativas, estão no radar do ministério. “A política industrial tem de contribuir para competitividade do produto brasileiro tanto no mercado interno quanto no mercado externo”, acrescentou.

Fonte: Valor Econômico