Nova faixa do Minha Casa Minha Vida ajuda setor da construção a manter previsão de crescimento

Nova faixa do Minha Casa Minha Vida ajuda setor da construção a manter previsão de crescimento

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) manteve nesta quarta-feira (7) a projeção de crescimento de 2,3% para o Produto Interno Bruto (PIB) do setor da construção civil em 2025. A estimativa foi inicialmente divulgada em dezembro do ano passado e permanece inalterada, mesmo diante do cenário de juros elevados e incertezas econômicas.

De acordo com a economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos, o impacto negativo dos juros foi parcialmente compensado pela criação da faixa 4 do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), voltada a famílias com renda de até R$ 12 mil mensais. A nova faixa oferece financiamento habitacional com taxas subsidiadas, abaixo das praticadas no mercado.

“A criação da nova faixa do MCMV deu novo fôlego ao setor, estimulando lançamentos e ajudando a sustentar a projeção de crescimento”, afirmou Vasconcelos. Ela destacou ainda que a medida trouxe um “sopro de esperança” em meio à desconfiança causada pelos juros altos.

Empregos e desempenho no início do ano

Nos três primeiros meses de 2025, o setor gerou 100 mil vagas formais, o que representa 15,34% do total de novos postos de trabalho no país no período. Apesar disso, o número é 8,75% menor do que o registrado no mesmo trimestre de 2024, segundo dados do Caged compilados pela CBIC.

Todos os segmentos da construção apresentaram alta nas contratações: edifícios, infraestrutura e serviços especializados. Ao fim de março, o setor empregava 2,958 milhões de trabalhadores com carteira assinada, 3,0% a mais do que em março de 2024. O salário médio no setor foi de R$ 2.421, acima da média nacional de R$ 2.225.

Custos e confiança empresarial

O Índice Nacional da Construção (INCC) registrou alta de 7,54% nos 12 meses encerrados em março, puxado principalmente pelo aumento nos salários, que subiram 9,96%. Já os custos com materiais e equipamentos avançaram 6,09%.

Apesar da expansão, a confiança dos empresários do setor está em baixa. Em abril, o índice de confiança marcou 47,2 pontos, o menor nível desde julho de 2020. O número está abaixo dos 50 pontos desde janeiro, sinalizando pessimismo no setor.

Entre as principais preocupações dos empresários estão a alta taxa de juros (citada por 35,3% dos entrevistados), a carga tributária elevada (27,8%) e a escassez ou alto custo de mão de obra qualificada (27,1%).

“As dificuldades de crédito e o aumento dos custos comprometem a viabilidade dos projetos e dificultam o planejamento de novos empreendimentos, especialmente no segmento de habitação de interesse social”, avaliou o presidente da CBIC, Renato Correa.

Fonte: Construa Negócios