Confiança da indústria recua pela 4ª vez e confirma insegurança do setor, diz CNI
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), recuou para baixo da linha divisória de 50 pontos em janeiro, a 48,6, pela primeira vez desde julho de 2020. A queda foi de 2,2 pontos em relação ao registrado em dezembro — a quarta consecutiva.
O dado mostra que há uma falta de confiança generalizada no setor, impulsionada por uma “piora das condições das empresas e da economia brasileira, que já ocorria em dezembro, mas se tornou mais intensa e disseminada”, disse a CNI em relatório divulgado nesta quinta-feira (12).
“Medir a confiança do empresário é importante, porque a ideia é antecipar as movimentações da atividade industrial. Empresários confiantes tendem a aumentar sua produção, a contratar mais, a investir mais, e o inverso ocorre com a falta de confiança”, disse o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, em comunicado divulgado à imprensa.
“À medida que o índice caiu e passou ao campo de falta de confiança, há cautela com relação às contratações, com relação ao investimento.” A pesquisa da CNI também aponta que, em comparação ao mesmo período de 2022, houve uma queda de 7,4 pontos na confiança da indústria nacional.
O índice ICEI é aferido a partir de dois componentes: enquanto o Índice de Condições Atuais mede a percepção dos empresários sobre a economia nacional em relação aos últimos seis meses, o Índice de Expectativas avalia as perspectivas do setor para o semestre seguinte.
Na pesquisa atual, o primeiro componente recuou 2 pontos, a 48,3; o segundo, 2,2 pontos, a 48,8.
O levantamento da CNI foi realizado entre 3 e 9 de janeiro com 1306 empresas — 527 de pequeno porte, 475 de médio porte e 304 de grande porte.