As vendas da indústria de materiais de construção caíram 5,4% em novembro, em comparação com o mês anterior, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). O resultado impactou negativamente as previsões para 2022, que já registravam uma série de quedas ao longo do ano. Em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a instituição afirmou que as maiores influências para o resultado foram a inflação e o endividamento alto das famílias.

A expectativa traçada no início do ano pela Abramat e FGV era de alta de 1% nas vendas de 2022. Mas com os resultados ruins, a previsão — que já havia sido revisada, em outubro, para uma baixa de 2,2% — caiu ainda mais, para 6%.

Na comparação anual, o desempenho também registrou queda, de 0,3%. As vendas acumulam baixa de 6,8% de janeiro a novembro de 2022 em relação aos mesmos meses de 2021.

O presidente da Abramat, Rodrigo Navarro, disse que vários fatores contribuíram para a revisão para baixo das estimativas. “Há um contexto de orçamento doméstico mais disputado com gastos com alimentação, o que tem deprimido a demanda por materiais”, explicou.

Outro fator são as indefinições a respeito das políticas fiscais e econômicas a serem desenvolvidas pelo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, acrescentou. “De todo modo, as projeções da FGV indicam um 2023 positivo, com muito trabalho junto aos novos governos e do Congresso”, emendou Navarro, em nota.

Fonte: AECweb