Transição tecnológica

Equipamentos totalmente elétricos vêm ganhando espaço nos canteiros ao redor do mundo, mas ainda requerem alguns avanços técnicos e um melhor custo de aquisição

Presente nas mais variadas vertentes da indústria da mobilidade, o movimento de expansão dos equipamentos elétricos também começa a atingir as soluções da Linha Amarela. Isso ficou evidente na mais recente edição da bauma, em que diferentes marcas apresentaram versões elétricas de seus equipamentos compactos, ampliando assim uma oferta que já contava com alguns produtos anunciados previamente.

Mesmo que esses modelos ainda não tenham chegado ao Brasil, isso é mera questão de tempo e, evidentemente, de um reaquecimento do setor. Afinal, embora ainda enfrentem alguns desafios tecnológicos e mercadológicos – como uma autonomia limitada das baterias e o preço elevado de aquisição –, eles oferecem diferenciais competitivos consideráveis em relação aos modelos a combustão.

Tais diferenciais já não se restringem aos mais conhecidos, como ausência de emissão de gases, ademais afeita às exigências crescentes de sustentabilidade ambiental. Há ainda outros, capazes de favorecer os modelos elétricos até mesmo em comparativos focados no desempenho, no mínimo equivalente ao dos equipamentos a diesel.

Há até quem fale em desempenho superior, como é o caso de Mario Neves, gerente de desenvolvimento de distribuidores da Wacker Neuson para a América Latina. “Em motores a combustão, o torque máximo – que na construção é mais importante que a potência – é atingido somente em determinada rotação, enquanto nos elétricos está disponível o tempo todo”, explica. “Além disso, a eficiência energética dos elétricos é de cerca de 90%, enquanto os motores a combustão convertem em energia um máximo de 40% do combustível, em circunstâncias favoráveis.”

O primeiro equipamento elétrico da marca foi introduzido em 2016, com a chegada da pá carregadeira WL20e. Hoje, seu portfólio de equipamentos movidos por baterias inclui, entre outros, alguns modelos de dumpers, placas e rolos de compactação e vibradores de concreto, além de uma miniescavadeira híbrida. “Em outubro, lançaremos a miniescavadeira EZ17e, mas também já está em desenvolvimento a EZ26e, ambas 100% elétricas”, complementa Neves, referindo-se a soluções com pesos operacionais de 1,7 e 2,6 t, respectivamente.

Fonte: Revista Construa