Setor de equipamentos de construção vive momento de retomada

O 17º Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, realizado pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), apontou que o setor de equipamentos para construção vive um momento de retomada após a crise econômica que afetou o país nos últimos anos.

De acordo com o estudo, o mercado de equipamentos para construção no Brasil deve crescer em 2023, mesmo considerando os conflitos na Europa e no Extremo Oriente no contexto internacional e a recente mudança no governo nacional que teve início em 2023.

O estudo teve como base para sua análise os resultados dos anos anteriores comparados com as expectativas das empresas que atuam no ramo de aluguel de ferramentas e máquinas, construtoras e empresas de engenharia civil. O resultado em 2022 sobre o volume de negócios mostrou-se “pior” que em 2021 para apenas 4% das empresas sondadas. Já na 2ª sondagem de 2022 o estudo mostrou que 96% das empresas obtiveram um volume de negócios “igual”, “melhor” ou “muito melhor”.

Ainda na avaliação sobre a expectativa de demanda no ano de 2022, 92% das empresas sondadas já apresentavam otimismo nos negócios. A pesquisa realizada na época apresentou um número de 6 pontos percentuais maior que no ano de 2021. Portanto, 8% das empresas entrevistadas acreditavam na redução da demanda em 2022. O estudo afirma que o otimismo fica comprovado se comparado com os dados de 2021 (12%), 2020 (23%) e 2019 (24%) para empresas que acreditavam na redução da demanda de máquinas e equipamentos de construção.

O estudo também apresentou que o ano de 2022 foi de crescimento para o setor de máquinas e equipamentos de construção. Entre os fatores apontados no 17º Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção o relaxamento das medidas restritivas provocadas pela pandemia, somada à estabilização da equação de “oferta x procura” pelas OEMs e Dealers, contribuiu para que as vendas estimadas para o ano atingissem mais de 15%, que era o valor previsto no ano de 2022 o total de máquinas e equipamentos.

O mercado ainda vê com cautela o cenário econômico nacional para 2023 por causa dos possíveis impactos gerados na economia global em meio uma guerra que continua acontecendo. Porém, as empresas do setor acreditam no aumento das vendas em 4% para os equipamentos da linha amarela em 2023 e em 8% para os demais equipamentos. Um dos executivos que participou do estudo afirmou que “nos próximos anos, temos a esperança de um maior investimento privado nas concessões e avanço nos setores de saneamento, portos, ferrovias e rodovias. Mas, para isso, uma estabilização é de extrema importância gerando segurança jurídica para o investidor”.

O estudo, que foi publicado na revista Máquinas e Tecnologia, mostra que decisões sobre a economia brasileira podem impactar o mercado de equipamentos para construção. Um dos entrevistados afirmou que “devemos manter atenção sobre a inflação, pois existe expectativa de redução, mas isso tem de se confirmar”. Outro entrevistado falou sobre o setor que deve estar atento às decisões sobre gastos no governo brasileiro dizendo que “isso trará credibilidade ao nosso país e segurança ao investidor, tornando-nos menos vulneráveis e turbulentos no futuro próximo”.

O setor de equipamentos e máquinas para construção civil também é visto como importante gerador de empregos no mercado brasileiro, segundo o estudo. A publicação afirma que 30.312 empresas geram cerca de 210 mil empregos diretos. O estudo mostra também que existe otimismo com a economia brasileira para 2023. No período de um ano, os cenários “bastante otimista” e “otimista” cresceram de 48% para 87% (diferença de 39 pp).

O forte crescimento na expectativa otimista para o setor de construção já havia acontecido no ano de 2022. Para o setor de construção, a expectativa “estou otimista” e “bastante otimista” chegou a 74%, um acréscimo de 10 pp em relação à sondagem realizada em  2021. Pensando já em 2024, 69% das empresas participantes acreditam que o mercado pode “crescer”.

José Antônio Valente, diretor da empresa de locação de equipamentos Trans Obra, afirma que existe grande expectativa na demanda por equipamentos e máquinas para o ano de 2023, incluindo o aluguel de andaimes como um dos equipamentos essenciais na construção civil. “O mercado vem aquecendo desde 2021 e com base nas nossas análises e nas previsões do mercado estamos otimistas que o setor da construção poderá alavancar mais vendas e aluguéis de equipamentos ainda esse ano”.

 

Mercado de aluguel de ferramentas e máquinas

Após um período de instabilidade econômica, a economia brasileira tem mostrado sinais de recuperação em 2023, com aumento da demanda por serviços e produtos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso tem favorecido a expansão do mercado de aluguel de ferramentas e máquinas, pois muitas empresas têm optado por alugar equipamentos para atender às suas necessidades, reduzindo custos e aumentando a eficiência operacional. Além disso, com a retomada do crescimento, os investimentos em setores como construção civil, infraestrutura e indústria têm aumentado, ampliando a demanda por máquinas e equipamentos.

Um dos fatores que vêm contribuindo com o otimismo no setor é que a tecnologia tem sido um motor de crescimento para o mercado de aluguel de ferramentas e máquinas. Novos equipamentos e maquinários com maior eficiência energética, menor impacto ambiental e maior produtividade estão sendo desenvolvidos e disponibilizados para locação. Além disso, o uso de plataformas digitais e aplicativos facilita a busca, a comparação e a contratação de serviços de aluguel de equipamentos, tornando o processo mais ágil e eficiente para os clientes.

José Carlos Martins, Presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), afirmou que “a indústria da construção prevê um crescimento de 2,5% em 2023, em um ritmo de três anos consecutivos de expansão acima da economia nacional. A projeção considera a evolução consistente dos últimos dois anos, o ciclo de negócios do mercado imobiliário em andamento e a demanda habitacional sólida. A expectativa do setor para o próximo ano é positiva”.

Fonte: Portal Comunique-se