Saiba como escolher e utilizar desmoldante para fôrmas de concreto

Uso adequado do produto garante reaproveitamento das fôrmas, maior produtividade no canteiro e melhor aparência final ao concreto.

O desmoldante para fôrmas é um produto químico à base de óleos puros ou emulsões oleosas capaz de criar uma película fina entre as fôrmas e o concreto. A utilização adequada desse material impede a aderência entre o concreto e o molde, facilitando a desforma. Com isso, é possível prolongar a vida útil das fôrmas e o reaproveitamento das peças.

A produtividade no canteiro também aumenta, já que o tempo para a limpeza após a desforma é reduzido. Outra vantagem associada à aplicação adequada de desmoldantes é o melhor aspecto superficial do concreto, que tende a ter menos problemas com manchas e com material aderido.

Qual desmoldante para fôrmas usar?

A matéria-prima da fôrma é o principal fator que impacta a escolha do desmoldante. A indústria oferece produtos que podem ser usados em qualquer tipo de molde, inclusive nos plásticos. Mas, de modo geral, as soluções se distinguem entre as adequadas para fôrmas absorventes (de madeira, essencialmente) e para as de baixa absorção (de alumínio e de materiais sintéticos, por exemplo).

Os desmoldantes podem ter em sua fórmula 100% de óleo mineral ou vegetal, ou serem produzidos com uma mistura de óleos (mineral ou vegetal), aditivos e água. Alguns compostos podem ser atóxicos e biodegradáveis. Outros podem ser inflamáveis ou irritantes ao usuário, exigindo preocupação redobrada.

Os produtos à base de óleos servem tanto para fôrmas de madeira quanto para moldes metálicos. Os que são à base de emulsões são mais apropriados para moldes de madeira, enquanto os desmoldantes à base de ceras parafínicas costumam ser especificados para fôrmas metálicas. Seja qual for a solução utilizada, o desmoldante deverá apresentar fácil espalhamento e boa capacidade de recobrimento na superfície do molde.

“O rendimento de cada produto está ligado ao tipo de fôrma utilizada, o que faz todo o sentido, visto que os materiais têm grau de absorção diferentes”, comenta o engenheiro Vicente Bueno Verdiani, consultor do departamento de desenvolvimento técnico de mercados da Votorantim Cimentos.

Ele lembra que outro critério de seleção aplicável aos desmoldantes é o modo de aplicação mais familiar ao construtor. Alguns produtos podem ser aspergidos, enquanto outros são aplicados com trincha ou rolo.

Como calcular a quantidade?

Definir a quantidade de desmoldante para aplicação em fôrmas de concreto não é tarefa difícil. Na ficha técnica de cada produto é possível conferir o rendimento indicado pelo fabricante em litros/m² e variável em função do grau de absorção da fôrma. Quanto mais impermeável e liso for o molde, menor tende a ser a quantidade necessária de desmoldante.

O cálculo de litros de produto deve ser feito dividindo a área de contato das fôrmas com o concreto (em m²) pelo valor de rendimento, informado pelo fabricante.

Na prática, o controle de consumo desse tipo de produto é visual, segundo Verdiani. “O ideal é aplicar uma película fina e uniforme, bem aderida à fôrma. Se o produto escorrer, é porque foi aplicado em excesso”, explica o engenheiro da Votorantim Cimentos.

Tanto a aplicação exagerada quanto a falta de desmoldante para fôrmas podem causar problemas às peças concretadas. Consultora técnica da Votorantim Cimentos, a engenheira Naguisa Tokudome explica que o uso de desmoldante em demasia pode gerar manchas no concreto, prejudicando-o esteticamente. Também pode causar o aprisionamento de bolhas de ar na superfície. “Já a aplicação escassa do produto pode gerar pequenas quebras nas peças pela tensão gerada na desforma. Isso sem contar todo o retrabalho para dar acabamento”, comenta.

Boas práticas na aplicação

Embora simples, a aplicação do desmoldante para fôrmas requer alguns cuidados importantes. O primeiro diz respeito à limpeza prévia das fôrmas, fundamental para evitar que poeiras e resíduos atrapalhem o acabamento final obtido. Também é importante seguir as recomendações do fabricante quanto à diluição do produto, quando aplicável.

Outra recomendação é evitar que as fôrmas sejam untadas com muita antecedência à concretagem para que não haja aderência de poeira. Por fim, “desmoldantes à base de água devem ser protegidos da incidência da chuva”, acrescenta Tokudome.

Uma vez concluída a desforma, é necessário que os resíduos de óleo eventualmente aderidos ao concreto sejam removidos, sob o risco de comprometer a aderência do revestimento aplicado posteriormente. Esse serviço pode ser feito de maneira mecânica, por meio de escovação e jatos de água em alta pressão, ou com o apicoamento do concreto.

Fonte: Mapa da Obra