Quatro tendências na construção civil para 2024
O setor de construção civil está se preparando para abraçar um ano novo repleto de inovações e tecnologias emergentes. Porém, o foco de todas as novidades deve estar a serviço de edificações mais sustentáveis, afinal, as mudanças climáticas estão causando situações extremas por todo o Brasil, e o segmento tem alto potencial de transformação deste cenário.
Globalmente, a construção civil é responsável por 37% das emissões de CO², segundo o Relatório de Status Global para Edifícios e Construção da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado em 2021. No Brasil, 139 milhões de toneladas de CO² por ano são do setor, de acordo com informações da Setec. A boa notícia é que o segmento nacional tem evoluído: o U.S. Green Bulding Council Brasil reportou que o Brasil é o quarto país do mundo em construções sustentáveis em 2022 no ranking do selo de Liderança em Energia e Design Ambiental (LEED).
“Para 2024, a expectativa é que o setor da construção civil avance em projetos sustentáveis. Por isso, as tendências e tecnologias neste e nos próximos anos estão todas associadas à redução das emissões de gases de efeito estufa e outras metas de proteção ao meio ambiente”, informa a Building Segment Leader South para América do Sul da Schneider Electric, Patricia Lombardi. A executiva lista abaixo as principais inovações que promovem a sustentabilidade.
Eficiência energética em destaque
Um dos pilares fundamentais para o ano que se aproxima é a eficiência energética. A pesquisa “The Path to Net-Zero Buildings”, da Schneider Electric, divulgada em setembro de 2023, mostra que os edifícios poderiam reduzir suas emissões operacionais de CO² em até 42% com a adoção das soluções de gerenciamento de energia e de edifícios digitais, que possibilitam a redução do consumo e o uso inteligente.
Se as tecnologias de aquecimento movidas a combustível fóssil forem substituídas por alternativas elétricas, e uma microrrede com fontes de energia renovável for instalada, as edificações terão uma diminuição adicional de 28% nas emissões operacionais de carbono, resultando em uma redução total de até 70%, de acordo com o mesmo estudo.
“A eficiência energética não é apenas uma tendência, mas também uma necessidade urgente. Estamos observando uma mudança significativa na mentalidade da indústria, onde a busca por soluções sustentáveis não é mais uma opção, mas uma exigência do mercado”, afirma Patricia.
IA por todos os lados
A evolução da inteligência artificial (IA) também tem impacto profundo e transformador no setor. A executiva da Schneider Electric pontua que IA é um habilitador para a convergência com outras tecnologias, como IoT, aprendizado de máquina e análise de dados.
“Todas essas soluções podem ser usadas na gestão de edifícios para monitorar o consumo de diversos recursos, como água, energia e outros, além de automatizar esse acompanhamento. Com essa análise de dados, a visualização das informações fica mais ágil para que as metas de economia sejam acompanhadas e ajustadas constantemente”, explica Patricia.
Ecodesign e fornecedores aliados
Para edifícios obterem “selos verdes”, há uma série de fatores que são analisados, incluindo as soluções e materiais usados no projeto. A edificação precisa se provar sustentável mesmo antes de ser iniciada. Por isso, fornecedores que tenham uma preocupação concreta com a sustentabilidade devem ser priorizados como parceiros.
A executiva destaca, por exemplo, que a Schneider Electric segue o conceito de ecodesign, uma abordagem que reduz o impacto ambiental em todo o processo de produção e entrega de produtos e serviços, para que seus clientes possam diminuir a pegada de CO² também. Todo o ciclo de vida de cada ferramenta é analisado para que, por meio da inovação, possa ser netzero, o que contribui ainda para a ideia de economia circular.
Modernização dos prédios antigos
Segundo o National Trust for Historic Preservation, o impacto, no meio ambiente, de uma nova construção dura cerca de 80 anos. Diante desse cenário, a executiva destaca que modernização de prédios já existentes é essencial para termos um segmento mais sustentável e eficiente. O principal meio para digitalizar uma estrutura comercial antiga são os Sistemas de Gerenciamento de Edifícios, também conhecidos como Building Management Systems (BMS).
“Essa ferramenta traz diversas vantagens, como eficiência energética e operacional, aumento da cibersegurança e a valorização do imóvel por meio de tecnologias embarcadas capazes de monitorar o consumo de recursos em tempo real para otimizações mais ágeis”, afirma Patricia. “Por fim, a digitalização é a via menos custosa e mais rápida para a construção civil avançar na sustentabilidade.”