PIB: Indústria sobe 1,6% em 2022, com queda de 0,3% no 4º trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria teve retração de 0,3% no quarto trimestre de 2022, frente ao terceiro, feito o ajuste sazonal, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O setor industrial fechou o ano de 2022, desta forma, com um crescimento acumulado de 1,6%.

A mediana das estimativas apuradas pelo Valor Econômico apontava para recuo de 0,4% do PIB industrial no quarto trimestre de 2022, em relação ao trimestre anterior. Para o resultado anual, a expectativa mediana era de alta de 1,6%.

Em comparação ao quarto trimestre de 2021, o PIB industrial cresceu 2,6%, em linha com a estimativa do Valor Econômico.

No PIB, a indústria engloba, além do setor manufatureiro e extrativo, a construção civil e a produção e a distribuição de energia e gás.

Eletricidade puxa desempenho

A atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos teve alta de 10,1% em 2022, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que anunciou essa manhã as Contas Nacionais brasileiras, referentes ao quarto trimestre de 2022, bem como desempenho fechado da economia brasileira no ano passado. Com isso, essa atividade ajudou a impulsionar o PIB da indústria em 2022, que subiu 1,6%.

Em comunicado sobre o PIB do quarto trimestre, o IBGE classificou a atividade como a de maior destaque dentro da indústria, em 2022. Isso porque essa atividade teve bandeiras tarifárias mais favoráveis em 2022, notou o instituto.

Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, comentou sobre o tema, no informe. “O crescimento dessa atividade está muito relacionado à recuperação em relação à crise hídrica de 2021. Além do crescimento da economia, houve o desligamento das térmicas, diminuindo os custos de produção, o que contribui para o aumento do valor adicionado da atividade. Ademais, a atividade de Construção, com alta de 6,9%, corroborada pelo aumento na sua ocupação, foi influenciada pelo ano eleitoral, que sempre apresenta uma maior quantidade de obras públicas”, analisa a coordenadora.

Em contrapartida, o IBGE comentou que, em sentido contrário, as Indústrias de Transformação apresentaram variação negativa de 0,3%, no ano, principalmente por queda na fabricação de produtos de metal; móveis; produtos de madeira e de borracha e plástico, enquanto as Indústrias Extrativas caíram 1,7%, em 2022.

“O resultado das Indústrias Extrativas no ano foi puxado pela queda na extração de minério de ferro, relacionada ao lockdown ocorrido na China, nosso maior comprador, enquanto as Indústrias de Transformação foram impactadas negativamente devido a fatores como juros altos e custos de matéria-prima elevados”, avaliou, no comunicado Rebeca Palis.

Fonte: Valor Econômico