Peças exclusivas na CASACOR São Paulo transformam ambientes em verdadeiras galerias de arte

Quando começam a criar um ambiente para a CASACOR, os arquitetos e designers de interiores se encontram em frente a uma tela em branco. E, nem sempre, o mobiliário e os revestimentos disponíveis no mercado se encaixam na visão (ou no espaço) que se tem para a mostra. Por esse motivo, muitos deles acabam criando soluções inéditas que acabam roubando a cena e se transformando quase numa peça de arte.

Na mostra paulista de 2018, o trio de profissionais da Suíte Arquitetos assina a criação do sofá modular produzido com tecidos de juta e tear de algodão, especialmente para a 32ª edição da CASACOR São Paulo. A peça pode ser vista na “Casa da Árvore Renault”.

Baseado no conceito de slow design, a arquiteta Juliana Pippi, responsável pelo projeto da “Sala TOKI“, trouxe peças de artistas que também acreditam na ideia de desacelerar e valorizar o trabalho delicado, que leva tempo. Domingos Tótora assina o longo banco produzido com uma técnica em barro. A peça impressiona pelas suas imperfeições e marcas de um trabalho único e feito à mão. Inês Schertel é a outra artista que produziu um banco exclusivo para Juliana, com um estofado diferenciado em lã, todo em tons neutros e suaves, que compõe perfeitamente ao ambiente.

No espaço “WC no Gender”, de Lizandro Piloni, os três espelhos diamantados chamam a atenção não apenas pelo design, mas também por serem peças exclusivas. Os objetos refletem cerca de nove ângulos diferentes do visitante e ficam expostos em frente às cabines.

Os jardins da CASACOR São Paulo também chamam a atenção pelo uso de peças feitas especialmente para a mostra. Inspirado pelo tema “A Casa Viva”, Mauro Contesinitrouxe para a “Alameda” um conjunto de esculturas criadas por Edval Pessoa, arista de Belém do Pará, com a curadoria de Lígia Testa. Confeccionadas em chapas de ferro com pintura eletrostática – adequada para o uso em áreas externas – as obras ganharam o nome de “Vida” e representam as fitas de cromossomos, que constituem a sequência do DNA humano.

Já a paisagista Clariça Lima, desenvolveu para o “Coliving” o Banco Floreira com a finalidade de proteger e abraçar as árvores já existentes no Jockey. O desenho, de forma orgânica muito encontrada na natureza, aperfeiçoa a circulação no espaço e gera áreas de descanso e relaxamento ao visitante. O banco foi confeccionado especialmente para a CASACOR 2018 em chapa metálica pintada na cor “Laranja Fiesta”, da Coral, e com assentos em ripas de madeira cumaru.

A combinação do aço corten, latão e do silestone raro blue dão vida à Litosfera Blue, que com sua característica rústica, vai ao encontro do conceito do “Lounge Sensações”, ambiente criado pelo arquiteto Gustavo Paschoalim. A peça foi criada porVerônica Einloft, que também assina as obras Taj Mahal e Drusa Cristal, que compõem a ambientação do espaço “Cisterna da Deca”, assinado pelo arquiteto Tenório. As peças são criadas de forma digital e ganham vida através de elementos como cobre e aço, além de folhas de ouro e prata que realçam os detalhes de suas telas.

Impossível não se encantar pelo arranjo que paira sobre a mesa de jantar do espaço“Anexo Nuage”, assinado pelo trio Aldi Flosi, Bruno Rangel e Paloma Yamagata, doYamagata Arquitetura. Executado em parceria com a designer de flores Aline Matsumoto, o arranjo é composto por três tipos de capins (pampas, cidreira e pluma) totalmente inseridos na paleta de cores do espaço (variações entre o cinza e bege) e prende o olhar assim que o visitante entra no espaço.

Na “Casa Arcos”, Léo Shehtman apresenta o espelho cabideiro que consiste em uma barra de serralheria em secção circular (25 mm) com pintura eletrostática preta chumbada na parede onde se penduram os cabideiros soltos do mesmo material e o espelho redondo preso com fivela de couro preto pespontado e rebitado. O objeto se harmoniza perfeitamente com a estética do banheiro acompanhando os arcos dos nichos do chuveiro e vaso sanitário assim como os cantos arredondados do frontão.

Presentes em vários ambiente da mostra, o carrinho de chá “Jorge” do Estúdio Gaetta, que assina no espaço “Galeria de Óculos”, ganhou contornos de exclusividade ao ter a estrutura metálica personalizada com acabamento em laca cinza Titânio (Sayerlack). O tampo de mármore Quartzito Silver Dark Escovado foi feito sob encomenda pela Montblanc. A pedra foi eleita para fidelizar os tons predominantes.

No “Lounge da Entrada”, Edson Lorenzzo, trouxe duas peças assinadas pelo designer Tobia Scarpa. Criadas em 1970, as poltronas “Soriana” foram apresentadas em uma mostra no MoMA, em 1972. Pela primeira vez em uma mostra brasileira, as obras pertencem a um colecionador particular.

Desenhado em colaboração com o arquiteto Noel Marinho, o biombo de azulejos que aparece no “Lavabo dos Encontros”, de Jean de Just, foi desenvolvido especialmente para a CASACOR São Paulo. Representante do modernismo brasileiro, Marinho desenhou o biombo que faz o contraponto à parede pintada pelo índio Anuía.

Em sua 32ª edição, a CASACOR Paulo, traz como tema “A Casa Viva” em 81 ambientes decorados (entre casas, lofts, lounges, salas, banheiros, estúdios e apartamentos) no Jockey Club de São Paulo. Até o dia 29 de julho de 2018, o visitante poderá conferir o que há de melhor no design de interiores, decoração, arquitetura e arte no Brasil.

Fonte: Obra 24horas