Mercado imobiliário residencial em São Paulo consolida retomada

A Pesquisa do Mercado Imobiliário do Secovi-SP apurou em agosto deste ano a comercialização de 6.350 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo. O resultado foi 46,3% superior ao do mês de julho (4.341 unidades), e 35,0% acima do volume de vendas de agosto de 2019 (4.702 unidades).

De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), foram lançadas na cidade de São Paulo 8.039 unidades residenciais, volume 207,5% superior ao apurado em julho (2.614 unidades) e 26,4% acima do total de agosto do ano passado (6.358 unidades).

Oferta
A capital paulista encerrou agosto com a oferta de 30.918 unidades disponíveis para venda. A quantidade de imóveis ofertados foi 5,0% superior à registrada no mês anterior (29.435 unidades) e 17,6% acima do volume de agosto do ano passado (26.293 unidades). Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (setembro de 2017 a agosto de 2020).

Destaques
Os imóveis de 2 dormitórios destacaram-se no mês de agosto em todos os indicadores: vendas (3.795 unidades), oferta (17.376 unidades), VGV (Valor Global de Vendas) de R$ 1,07 bilhão, VGO (Valor Global de Oferta) de R$ 5,4 bilhões, unidades lançadas (4.891 unidades), e maior VSO (17,9%), resultante das 3.795 unidades comercializadas em relação aos 21.171 imóveis ofertados.

Imóveis com menos de 45 m² de área útil lideraram em vendas (4.639 unidades), oferta (20.756 unidades), VGV (Valor Global de Venda) de R$ 1,07 bilhão, VGO de R$ 4,9 bilhões, lançamentos (6.412 unidades) e maior VSO (18,3%).

Por faixa de preço, os imóveis com valor de até R$ 240 mil lideraram em vendas (3.572 unidades), oferta final (15.725 unidades), lançamentos (5.281 unidades), maiores VSO (18,5%) e VGV (R$ 688,1 milhões). O maior VGO (R$ 4,8 bilhões) foi registrado nos imóveis com preços superiores a R$ 1,5 milhão.

No mês, 3.183 unidades vendidas e 4.872 unidades lançadas foram enquadradas como econômicas (programa Casa Verde e Amarela). A oferta totalizou 15.489 unidades disponíveis para venda, com VSO de 17,0%.

No segmento de mercado de médio e alto padrão, a pesquisa identificou 3.167 unidades vendidas, 3.167 unidades lançadas, oferta final de 15.429 unidades e VSO de 17,0%.

Análise
Os resultados de agosto da pesquisa Secovi-SP – quarto mês consecutivo de crescimento das vendas – consolidam o movimento de retomada observado a partir de maio.

“A comercialização de 6.350 unidades é a maior registrada no ano e também para o mês de agosto, de acordo com a série histórica da pesquisa, de 2004”, explica Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

Imóveis de 2 dormitórios, com menos de 45 m² e preços de até R$ 240 mil foram os destaques em termos de vendas. “Contudo, outras faixas apresentaram bons desempenhos no mês”, observa Petrucci.

Em unidades, imóveis econômicos representaram 50% das vendas do mês, mas tiveram participação de 24,3% em termos de VGV (Valor Global de Vendas).

O período acumulado de janeiro a agosto totalizou 27.588 unidades vendidas, uma redução de apenas 1,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram comercializadas 27.927 unidades.

O total de 8.039 unidades lançadas também foi recorde para agosto. “Um resultado excepcional para um só mês. Esse aumento reflete o bom momento do mercado imobiliário. Os incorporadores se encorajaram a lançar os empreendimentos que estavam parados em razão da pandemia e acertaram, porque os imóveis se mostraram totalmente aderentes à demanda. Isso demonstra, também, confiança na retomada das atividades e no aquecimento da economia”, analisa Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP.

Mesmo com o bom desempenho em agosto, verifica-se que, no acumulado do ano, o volume de imóveis lançados (20.238 unidades) permanece abaixo do total vendido (27.588 unidades).

A variação percentual é ainda maior quando se comparam os resultados do acumulado dos oitos meses deste ano com o mesmo período de 2019. Houve 34,1% de retração nos lançamentos ante 1,2% nas vendas.

Apesar das dificuldades da quarentena, o desempenho do mercado imobiliário deve-se à oferta de produtos que atendem as expectativas do consumidor, tanto no segmento econômico quanto no de médio e alto padrão.

A taxa de juros – no menor patamar histórico do País – também tem contribuído para viabilizar a aquisição da casa própria. “A redução da taxa de juros interfere na prestação do financiamento na ponta, possibilitando que mais famílias sejam inseridas no crédito imobiliário”, destaca o presidente Basilio Jafet.

Com a perspectiva de um ambiente econômico mais favorável nos próximos meses, aumenta a preocupação do setor quanto à capacidade de reposição de novos produtos no mercado. “A pesquisa mostra que o volume de lançamentos, apesar do crescimento, não repetiu o desempenho do ano passado, o que ocorreu em parte por causa da pandemia. Mas o principal motivo continua sendo a dificuldade do empreendedor em atender às inúmeras restrições urbanísticas impostas pela Lei de Zoneamento da cidade de São Paulo”, aponta Jafet.

Fonte: Investimentos e Notícias