Habitação de interesse social: 6 características deste empreendimento

Com o problema de desigualdade social, no qual a população de baixa renda carece de acesso à direitos básicos, como a moradia. O setor da construção civil, pode diminuir esse déficit habitacional, realizando projetos de habitação de interesse social.

O objetivo é justamente criar residências para a população que tem o acesso à moradia formal dificultado ou impedido por meio dos mecanismos normais do mercado imobiliário, ou não que possui condições de contratar serviços dos profissionais da construção civil.

Em 2005, o Governo Federal criou o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS) e o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS). O primeiro tem como foco principal implementar políticas e programas que promovam o acesso à moradia digna para a população de baixa renda, diminuindo o déficit habitacional no Brasil.

Além disso, o SNHIS reúne todos os projetos designados à habitação de interesse social no país. Já o FNHIS, centraliza os recursos orçamentários dos programas de Urbanização de Assentamentos Subnormais e de Habitação de Interesse Social introduzidos no SNHIS.

Um dos programas destinados à habitação de interesse social é o Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), criado em 2009, que oferece as condições para o financiamento de moradias nas áreas urbanas a famílias com renda familiar bruta de até R$ 7.000,00 por mês.

A previsão é que a desigualdade social aumente ainda mais conforme a população no país cresce, agravando o problema. Assim, a tendência é de que a necessidade e a procura por projetos de habitação de interesse social só se intensifique, criando uma oportunidade para as empresas que desejam se inserir nesse mercado.

Veja, abaixo, 6 características para projetos de habitação de interesse social:

Afinal, o que envolve a habitação de interesse social?

1. Foco no baixo custo

Como essas edificações possuem custos mais competitivos e não têm os percentuais de lucro normalmente praticados pelo mercado, elas precisam ser construídas também com o menor número de despesas possível.

Assim, as empresas de construção civil devem promover ações que diminuam os custos da obra. É crucial projetar esses empreendimentos, levando em conta os métodos construtivos mais baratos; e fazer um orçamento bem planejado, evitando retrabalhos e falhas.

Mas, isso não significa que as habitações tenham qualidade inferior. Afinal, as empresas precisam obedecer às normas de desempenho e habitabilidade, como a NBR 15575.

2. Obras mais rápidas

Quanto mais tempo uma obra demora para ficar pronta, consequentemente mais caro ela custará. É por isso que os projetos de habitação de interesse social devem ser construídos mais rapidamente que outras construções convencionais.

Por vezes, os projetos incluem unidades habitacionais sendo erguidas em simultâneo. Logo, os negócios devem implementar soluções tecnológicas para baratear e, assim, agilizar os processos construtivos; bem como fazer uma gestão eficiente, mantendo o cronograma em dia sem estourar o orçamento.

3. Unidades habitacionais mais compactas

Como as unidades residenciais precisam ser construídas rapidamente e com o menor custo possível, elas acabam, geralmente, tendo metragens menores que as convencionais do mercado. Mas, isso significa também que os ambientes precisam funcionar de maneira mais integrada e eficiente, compensando o espaço menor.

Os cômodos que compõem esse tipo de edificação são aqueles essenciais e dispostos de maneira a melhorar sua funcionalidade, com menos espaço. É comum encontrar ambientes conjugados, como sala e cozinha, ou área de serviço e cozinha.

Inclusive, as residências mais compactas são construídas com espaços pensados de forma modular, flexível e inteligente, induzindo ao uso de estruturas modulares e pré-fabricadas; o que também acaba barateando e agilizando as obras.

4. Padronização dos imóveis

Outra característica da habitação de interesse social é a padronização. Isso se dá, também, porque, se as unidades habitacionais forem quase ou totalmente idênticas, o processo construtivo se torna repetitivo; e com o tempo, os profissionais exercem as funções com mais agilidade e qualidade.

Além disso, há a questão de que os projetos precisam ser aprovados pelos órgãos locais, algo que custa tempo e dinheiro. Com a padronização, as plantas dessas unidades são as mesmas, necessitando da aprovação de apenas uma planta baixa.

Isso também é um fator que equipara o nível das edificações, já que todas elas terão a mesma metragem e os mesmos cômodos, acabamentos e acessórios. Assim, o custo e a qualidade de cada unidade habitacional serão praticamente iguais.

5. Localização mais afastada dos centros

Além das casas e apartamentos serem mais compactos, para diminuir o preço de custo, a localização das unidades residenciais é, geralmente, em bairros onde o valor dos terreno é menor.

Boa parte dos projetos de habitação social se encontra no meio urbano. Embora não sejam no centro das cidades, ficam próximas, em bairros em crescimento. Mas também há a possibilidade de se realizar esse tipo de construção nos meios rurais. O requisito, em ambos os casos, é de que haja uma infraestrutura básica, como água potável, energia elétrica e tratamento de esgoto.

Vale ressaltar que são reservados e disponibilizados imóveis em áreas vazias ou subutilizadas da Secretaria do Patrimônio da União para a realização de projetos de habitação social. Esses imóveis são direcionados para programas como o Minha Casa Minha Vida.

6. Acesso à serviços públicos

Por último, uma característica importante da habitação de interesse social é que tenha acesso aos serviços públicos básicos. Já que o intuito principal é oferecer uma moradia adequada, é necessário que a população de baixa renda possa se inserir no meio urbano gozando de todos os seus direitos.

A unidade habitacional precisa dispor de água potável e energia elétrica, assim como todas as outras edificações no meio urbano. Também é obrigatório tratamento de esgoto, acesso às vias públicas e ao transporte público.

A tendência é que o mercado para construção de projetos de habitação de interesse social continue crescendo no Brasil, ofertando cada vez mais moradias para populações de baixa renda. Mas, para ter sucesso e lucro, é preciso que as empresas procurem outros modos de construir, além do tradicional.

Vale ressaltar que o lucro nesse tipo de construção somente é possível quando há diversas unidades habitacionais sendo construídas – e com o menor tempo e gastos possíveis. Desta forma, é necessário que os profissionais da área adotem ferramentas tecnológicas, para baratear e agilizar os projetos.

Com a demanda constante e os incentivos governamentais para os programas de habitação social, a tendência é de que esse tipo de construção se torne ainda mais popular e se consolide nos próximos anos. Assim, o déficit habitacional no Brasil será reduzido, e consequemente, mais empresas de construção civil poderão se aprofundar e lucrar nesse mercado.

Fonte: Mobuss Construção