Guerra de juros aquece mercado imobiliário no Ceará

Queda de juros na Caixa Econômica estimula outros bancos e valor de parcela menor em financiamento.

Para o consumidor, a “guerra” entre os bancos pode significar mais economia e facilidade de acesso à casa própria. Depois de perder espaço para outros bancos, todos com juros abaixo de dois dígitos, a Caixa Econômica Federal, que teve redução de 4% da carteira de crédito em 2017 e não fazia cortes desde novembro de 2016, anunciou nesta semana a redução de 1,25 ponto percentual na taxa de juros de financiamentos que usam recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O limite para operações de imóveis usados subiu de 50% para 70%.

Desde o último dia 16, as taxas mínimas de juros da Caixa para o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que financia imóveis de até R$ 800 mil no Estado, caíram de 10,25% ao ano para 9% ao ano. Naqueles enquadrados no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), que financia qualquer valor, as taxas mudaram de 11,25% ao ano para 10% ao ano.

Na prática, para imóvel novo de R$ 250 mil, por exemplo, a mudança pode significar economia de R$ 50 mil ao fim do contrato de 30 anos, explica o gerente regional de construção civil da Caixa em Fortaleza, Josivan Josino. “Como diminuiu a taxa de juros, o valor da prestação cai. O que favorece uma camada maior da população, que passa a ter acesso ao financiamento”, avalia.

No caso dos imóveis usados, o consumidor não precisará dar uma entrada tão alta. Se antes para comprar uma casa de R$ 200 mil era preciso dar uma entrada de pelo menos R$ 100 mil, agora, o montante cai para R$ 60 mil. O limite para financiamento de imóveis novos permanece em 80%.

Outra mudança é que o banco retomou o financiamento de operações de interveniente quitante (imóveis com produção financiada por outros bancos) com cota de até 70%.

Apesar de ainda estar distante da Selic, a taxa básica de juros do País, que está em 6,5% ao ano, a redução dos juros da Caixa, que responde por 70% das operações para aquisição da casa própria no País, devem movimentar o mercado.

“Esta queda não deixa de ser algo bastante saudável para o mercado como um todo, já que é o maior agente financiador do País. Isso faz com que outros bancos também avaliem rever novamente suas políticas de crédito mais na frente para permanecerem competitivos”, diz Pedro Seixas, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas e especialista em negócios imobiliário.

No segmento do SFH, a Caixa volta a ter as menores taxas de juros do mercado, empatada com o Itaú. Em seguida, aparecem Banco do Brasil (9,24%) e Bradesco (9,3%). Já quando se trata de financiamento de imóveis mais caros (SFI), quem apresenta menores taxas do mercado são Itaú (9,5%), Bradesco (9,7%) e Santander (9,99%).

VANTAGEM AO CLIENTE

Na prática, para imóvel novo de R$ 250 mil, por exemplo, a mudança pode significar economia de R$ 50 mil ao fim do contrato de 30 anos.

COMO SE ORGANIZAR PARA A COMPRA

1 Organizar o orçamento é o primeiro passo. Lembre-se que esta é uma dívida de longo prazo, que deve ser priorizada sobre outras despesas, sob pena de perca do bem.

2 Ao escolher o imóvel, leve em conta o custo de vida da região onde está inserido, que pode ser mais alto que o atual. Também considere os gastos com transporte, tempo no trânsito, distância para o trabalho ou escola.

3 Para quem não tem sequer o dinheiro da entrada, o ideal é começar a fazer uma reserva específica para este fim. Quanto maior o valor do sinal, menor será o tempo de financiamento e valor da prestação.

4 Compare os valores das taxas entre as instituições financeiras. Não apenas a de juros, mas o limite a ser financiado, tempo e custos totais de operações.

5 Tempo de relacionamento no banco é um fator que pode ajudar a conseguir melhores condições de pagamento.

Fonte: O Povo