Governo e construção ampliam diálogo para aperfeiçoar PPPs

Aprofundar as sugestões levantadas pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no sentido de garantir maior participação de empresas nos projetos de Parcerias, dentre as quais se destaca a de modularização dos empreendimentos, foi uma das medidas decididas na reunião ocorrida nesta quarta-feira (16), no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em Brasília, com a participação de representantes dos Ministérios da Economia, da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional, além do Tribunal de Contas da União (TCU), da Caixa Econômica Federal, do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), da CBIC e de especialistas nacionais e internacionais sobre concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs).

O tema tem interface com o projeto ‘Melhoria da Competitividade e Ampliação de Mercado na Infraestrutura’, de iniciativa da CBIC e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).

Ao enaltecer a importância do debate para a troca de informações e evitar erros passados, o presidente da CBIC, José Carlos Martins, reafirmou que a entidade tem trabalhado constantemente para melhorar o mercado de concessões e PPPs, procurando fazer com que o resultado seja o melhor possível para a sociedade brasileira. “Só assim estaremos cumprindo a nossa missão de melhorar a vida das pessoas dentro daquilo que conhecemos”, disse.

O vice-presidente de Infraestrutura da CBIC, Carlos Eduardo Lima Jorge, ressaltou o momento como oportuno, não só pela Política de Estado adotada, que tem como filosofia ‘Menos Brasília e Mais Brasil’, mas também pela sintonia existente entre os Poderes Legislativo e Executivo e a proposta defendida pela entidade, no caminho de aumentar a participação de empresas brasileiras nesses projetos.

Carlos Eduardo elogiou a extensão da estrutura do PPI na área social – presídios, iluminação pública, escola, saneamento – que tem obtido cada vez mais sucesso a nível estadual. “São projetos que têm maior alcance regional, maior rapidez de implantação e atendem mecanismos de defesa muito fortes que são estimular e aumentar a participação das médias empresas brasileiras”, menciona.

“O governo entende que o Estado não pode tudo e principalmente não pode levar em suas costas centenas de empresas”, menciona o secretário de Fomento e Apoio a Parcerias e Entes Federativos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Wesley Callegari Cardia.

Ao apresentar as experiências do Chile, o especialista Mario Navarro, ex-chefe de Concessões Rodoviárias do Ministério de Obras Públicas chileno, destacou como fundamental a entrada do país na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) para que os projetos pudessem ser mais baratos e atrativos.

Com uma carteira atual de 23 bilhões de dólares, a previsão é de que sejam licitados até 2020 projetos de rodovias, aeroportos, presídios, hospitais e de irrigação. O país ocupa o primeiro lugar no índice de competitividade da América Latina, o que reflete no custo do projeto.

Navarro também ressaltou, entre outros, que o retorno social deve ser considerado como primeiro item na decisão de um projeto, não bastando retorno financeiro apenas para a inciativa privada.

Já Vicent Piron, especialista da França, chamou atenção, entre outros, para a observância de um importante parâmetro que são os benefícios de um bom projeto. “Um bom projeto cria condições adicionais para o PIB e uma renda extra para o Ministério da Economia e deve ser considerado na análise de custo e benefício do projeto a ser contratado”, diz Piron, reforçando que a análise dos aspectos econômicos, fiscais e sociais podem ser decisivos para fazer ou não o projeto”;

A reunião também contou, entre outras, com as seguintes presenças:

Ministério da Economia – Rodrigo Bomfim de Andrade, coordenador-geral de Inteligência Econômica
Ministério da Economia – Pedro Maciel Capeluppi
Ministério da Infraestrutura –
Ministério do Desenvolvimento Regional – Michelli Miwa Takahara, diretora de Repasses a Projetos
Ministério do Desenvolvimento Regional – Jean Carlos Pejo
Secretaria nacional de Saneamento do MDR – Luciana Capanema
Secretaria Especial do PPI – Otto Luiz Burlier da Silva Filho, diretor de Programa da Secretaria de Coordenação de Projetos
Tribunal de Contas da União (TCU) – Nicola Espinheira da Costa Khoury
Caixa Econômica Federal – Dario Ferreira Reis de Paula, gerente nacional de Desestatização, Parcerias e Serviços Especiais para Governo
CBIC – Ricardo Portela
CBIC – Denise Soares, gestora da Comissão de Infraestrutura (Coinfra)
CBIC – Luiz Henrique Cidade, Relações Intitucionais
Especialista Nacional – Fernando Vernalha Guimarães, consultor
Especialista Nacional – Gesner Oliveira, da GO Associados

Fonte: Revista Construa