Do projeto à venda, construtechs facilitam a vida e reduzem custos

Do projeto à venda de imóveis, a tecnologia pode ser inserida não só para reduzir custos, como organizar tarefas e facilitar os controles por parte de quem lida com projetos, compras, canteiro de obras e vendas.

O conceito de construtech – startups voltadas para o setor da construção civil – é um termo muito novo para a Baixada Santista, mas que pode trazer muitos ganhos para a área em breve.

Em um painel no Summit da Construção Civil, Leonardo Delfino e Manuel Farias falaram sobre o potencial das construtechs.

Farias, que é CEO da Obra Lean falou sobre o projeto de automação que sua empresa proporciona no canteiro de obras. “É basicamente um cronograma que conecta toda a equipe de construção. Lá, todos podem ver os dados, orçamentos e até o diário de obra de forma rápida, além de poder atualizar as planilhas a qualquer momento”.

Para ele, a ideia não só pode, como já está agilizando o tempo de entrega de construções. O exemplo dado foi a redução de 20% no tempo para uma etapa de estrutura ser realizada. “Se o empreendimento tem um prazo de 12 meses para ficar pronto e conseguimos diminuir isso para 11 meses, já é algo extremamente positivo”, disse.

Durante o painel, a gerente de Projetos e Relações Institucionais do Grupo Tribuna, Arminda Augusto, questionou Manuel sobre a possibilidade de a tecnologia substituir a mão de obra, gerando assim uma desvalorização de empregos na área. O CEO da Obra Lean garantiu que o recurso chega para complementar e não substituir. “O que será preciso, isto sim, é que a mão de obra se prepare para trabalhar com essa tecnologia”, disse.

Construtechs na região

Cada vez mais populares em todo o país, atualmente cerca de 955 construtechs atuam em todo o território nacional. O número é expressivo comparado as 350 que atuavam no ramo em 2018.

Desse volume, cerca de 41% estão instaladas no Estado de São Paulo, o que levanta ainda mais a possibilidade destas empresas chegarem com força na Baixada Santista nos próximos anos.

“A Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos está fomentando que as construtechs sejam contratadas aqui na região. Ainda há muito o que caminhar nesse sentido, mas a tendência é que isso venha aumentar”, disse Leonardo Delfino, CEO da Criando Valor – Tecnologia & Inovação.

Em Santos, 63% da população vive em apartamentos, índice maior que São Paulo (14,3%) e Brasil (10,7%) Foto: Alexsander Ferraz/AT

Santos: Verticalizada, com renda maior e pouco estoque

Cidade verticalizada em uma média muito superior ao Brasil e ao Estado de São Paulo, com uma renda média igualmente superior. Quanto à relação entre imóveis lançados e os que estão em estoque, constatação de que a maior parte é de unidades colocadas à venda é nova, de 2021 para cá.

Esse é parte do perfil da cidade de Santos apresentado no Summit da Construção Civil apresentado pelo head de São Paulo da Brain Inteligência Estratégica, Hamilton Leite. Ele detalhou, em ampla apresentação, a comparação do público santista quanto a perfil e consumo de imóveis em relação ao Estado de São Paulo e ao País.

Santos tem mais de 63% de sua população vivendo em apartamentos, índice superior ao Estado (14,3%) e ao Brasil (10,7%). A renda média do santista também é item que chama atenção, na comparação com o Estado e com o Brasil, respectivamente, R$ 10 mil, R$ 6.166,00 e R$ 4.840,00.

Das 3.456 unidades lançadas nos últimos anos, em março só havia 928 disponíveis, ou seja, 26%. E dessas, 33,8% correspondem ao padrão alto (314 unidades), 27,7% ao padrão econômico (257 unidades) e 19,9% ao padrão médio (185 unidades).

Dentro do estoque de 928 unidades observadas em março deste ano, 83% foram lançadas de 2021 para cá, anos de pandemia em que a venda continuou intensa.

Outro número que chama a atenção é a procura da população por imóveis de nível médio (valor de R$ 500.001 a R$ 1 milhão). Ao todo, de 2018 para 2022, 990 novos apartamentos ficaram prontos.

Hamilton também evidenciou o salto da procura por imóvel na cidade de Praia Grande. “É de longe a cidade que mais cresce ultimamente. Isso traz algo muito positivo, justamente pelo fato de vermos que a Baixada Santista não fica só fechada em Santos”.

Fonte: A Tribuna