Custo com materiais e equipamentos de construção tem alta histórica

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que integra o levantamento sobre o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou alta de 1,30% em março. Com a elevação apresentada em março, o INCC acumulou, nos últimos 12 meses, 12,23%, o maior valor para o período desde 2004 (11,67%).

Em março, o custo com a mão de obra subiu de 0,12% para 0,16%, enquanto o custo com materiais e equipamentos caiu de 4,38% para 2,84%. A taxa de serviços, por usa vez, variou de 1,00% para 0,74%.

A alta nos custos com materiais e equipamentos em março de 2021 foi impactada por: condutores elétricos (+10,98%), tubos e conexões de ferro e aço (+3,51%), tubos e conexões de PVC (+6,65%), esquadrias de alumínio (+3,34%) e elevador (+3,14%).

O INCC – Materiais e Equipamentos registrou, pelo nono mês seguido, elevações expressivas. Em março, a alta foi de 2,84%, o que resultou em um acumulado de 8,81% no primeiro trimestre.

Segundo a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, ainda que a variação mensal tenha ficado inferior à observada em fevereiro (4,38%), o aumento nos preços continua surpreendendo. Nos últimos 12 meses, a alta foi de 28,13%, o que correspondeu a um recorde desde 1997.

A economista reforça que os aumentos nos preços dos insumos, além de um impacto econômico, também provocam um forte impacto social. “Com aumentos tão elevados, a construção de imóveis para o atendimento da população com faixa de renda mais baixa, justamente onde reside o maior déficit habitacional do Brasil, fica totalmente prejudicada”, diz.

A economista reforça, ainda, que a alta nos custos com materiais e equipamentos, além de provocar adiamento de novos lançamentos, também prejudica o andamento das obras públicas.

“A solução para esse problema precisa, necessariamente, ser imediata, sob pena de uma reação em cadeia, com paralisação de obras diversas, aumento do desemprego e uma maior fragilização da economia nacional”, conclui.

Fonte: AECWeb