Consumo de produtos siderúrgicos sobe 9,6% no trimestre, diz instituto

SÃO PAULO  –  O consumo aparente de produtos siderúrgicos no Brasil, índice que reúne vendas internas das companhias e importações, atingiu 5,01 milhões de toneladas no primeiro trimestre, informou na tarde desta terça-feira o Instituto Aço Brasil. Sobre o mesmo período do ano passado, a alta foi de 9,6%.

Segundo a entidade, as vendas das siderúrgicas avançaram 11,4% durante esse período, na mesma base de comparação, para 4,41 milhões de toneladas. Ao mesmo tempo, as importações caíram 7,7%, para 588 mil toneladas — ou seja, as usinas nacionais recuperaram mercado.

O instituto informou também que as exportações totalizaram 3,58 milhões de toneladas, 6,4% a menos do que entre janeiro e março de 2017. Só para semiacabados, principal produto brasileiro afetado pela seção 232 dos Estados Unidos, o recuo foi de 14,8%, para 2,22 milhões de toneladas.

A produção de aço bruto no país foi de 8,65 milhões de toneladas no trimestre, mostra o Aço Brasil. O crescimento em comparação anual é de 4,9%.

Construção civil

De acordo com o instituto, o resultado do setor mostra que a construção civil, em crise há quase quatro anos e minguando a demanda por aços longos, começa a dar um respiro para o setor do aço, segundo o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.

Em entrevista coletiva realizada em São Paulo, ele disse que o crescimento das vendas internas de aços planos continuou a liderar a alta entre janeiro e março, com avanço de quase 12%, mas o segmento de longos também mostrou recuperação significativa, um aumento de aproximadamente 9,5%.

Mesmo que haja essa retomada da siderurgia, a entidade ainda reclama que a ociosidade do parque industrial continua baixa demais. No primeiro trimestre, o uso médio de capacidade instalada do setor foi de 69%. Lopes calcula que esse índice já esteja mais próximo de 68%.

Segundo o presidente do conselho do Aço Brasil, Alexandre Lyra, o ideal seria devolver as fabricantes de aço para uma utilização mais em linha com a média histórica. A ocupação já foi pior, de 63% após a crise mundial de 2008, mas antes desse período superava os 90%.

A entidade acredita que uma utilização de 80% a 85% é “imprescindível” para dar competitividade ao setor.

Novas estimativas

A velocidade de recuperação do mercado de aço no começo deste ano fez o instituto revisar todas suas estimativas de 2018 para cima. A entidade agora espera aumento de 6,9% do consumo aparente, para 20,5 milhões de toneladas, contra previsão anterior de 4,9%.

Para as vendas internas das siderúrgicas, o instituto elevou a perspectiva de crescimento, de 4,1% para 6,6%, chegando a 18,01 milhões de toneladas. No quesito importações houve queda, com a previsão indo de um crescimento em 11,4% para 10,1%, atingindo 2,56 milhões de toneladas.

O Aço Brasil ainda acredita que as exportações vão crescer 10,7% em 2018, para 16,99 milhões de toneladas — contra estimativa inicial de 10,4%. A produção de aço bruto, acrescenta a entidade, subirá 8,6%, para 37,32 milhões de toneladas — perante projeção anterior de 8%.

“Tais previsões, no entanto, para serem efetivadas, dependerão do resultado positivo das negociações ora em curso tanto com os Estados Unidos como do acordo Mercosul e União Europeia”, acrescenta o Aço Brasil. As estimativas iniciais haviam sido divulgadas em novembro do ano passado.

Fonte: Obra 24horas