Construção civil e a responsabilidade social

O ano de 2018 foi muito difícil tanto para a indústria da construção paulista quanto para o Sindicato da Indústria da Construção de São Paulo (Sinduscon-SP), que a representa. O PIB da construção acumulou queda de cerca de 30% nos últimos cinco anos. O número de demissões no setor ainda suplantou o de contratações, embora em ritmo menor. Devemos ter fechado o ano com pouco mais de 600 mil trabalhadores empregados, recuando ao número de empregados registrados em dezembro de 2008.

Da mesma forma como ocorreu com os demais sindicatos, o Sinduscon-SP viu suas receitas diminuírem com o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical. Um grande esforço foi realizado na busca de novas fontes de receita, para não prejudicar a prestação de serviços às empresas associadas. E, felizmente, conseguimos com isso realizar todas as ações de Responsabilidade Social previstas em nossa programação anual.

Com o tema “Conquistando um novo futuro”, realizamos a 11ª edição do Encontro Estadual da Construção Civil em Família (ConstruSer). Considerado o maior evento de responsabilidade social da construção paulista, o ConstruSer atingiu mais de 22 mil pessoas, entre trabalhadores da construção e seus familiares, na capital e em todas as cidades-sede das Regionais do Sinduscon-SP no interior do Estado.

Durante todo o dia, foram oferecidos atendimentos médicos, odontológicos e educacionais, além de muitas opções de lazer. Os participantes beneficiaram-se de um total de 245 mil atendimentos proporcionados pelo sindicato e por seus principais parceiros: Serviço Social da Indústria de São Paulo (Sesi-SP), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (SP) e Serviço Social da Construção de São Paulo (Seconci-SP), além de outras entidades.

Outro evento relevante foi a 18ª edição anual da Mega Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Megasipat), realizada com os mesmos parceiros em todo o Estado. Mais de 2.700 participantes de 307 empresas vivenciaram um dia de atividades voltadas à prevenção em saúde e segurança do trabalho, tornando-se multiplicadores de boas práticas nos respectivos canteiros de obras.

Durante todo o ano, mantivemos o Programa Sinduscon-SP de Segurança, em parceria com o Senai-SP. Nos primeiros oito meses do ano, cerca de 1.000 canteiros de obras de mais de 500 empresas que empregam 87 mil trabalhadores já haviam sido visitados pelos técnicos de segurança do programa. Conferiu-se o atendimento às exigências da Norma Regulamentadora 18 do Ministério do Trabalho, que trata da segurança no ambiente de trabalho da construção, e das demais normas de saúde e segurança. Muitas melhorias foram implementadas, graças ao trabalho dos técnicos de segurança.

Outro destaque foi a continuidade do Programa de Elevação da Escolaridade, mantido em parceria com o Sesi-SP, e que se destina proporcionar conhecimentos básicos de português e aritmética aos trabalhadores do setor. Até agosto, 127 funcionários frequentavam os cursos nas 33 salas que haviam sido abertas.

Bastante relevante foi o 5º Prêmio Seconci-SP de Saúde e Segurança do Trabalho, que obteve muita repercussão no setor. A premiação foi realizada em parceria com o Seconci-SP para reconhecer e divulgar as práticas de saúde e segurança do trabalho mais bem-sucedidas, implementadas em canteiros de obras do Estado. Foram laureados 16 canteiros de obras de 9 empresas, além do Trabalhador Modelo e do Empresário do Ano que se destacaram nesta área. Para os trabalhos de avaliação dos participantes, contamos mais uma vez com o auxílio dos técnicos do Senai-SP.

Também divulgamos nossas práticas de responsabilidade social em eventos como o Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho do Ministério do Trabalho (Canpat), e o Seminário Unificado em Segurança e Saúde dos Trabalhadores da Fundacentro.

Ao mesmo tempo, seguimos participando da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) por intermédio do Comitê de Responsabilidade Social (Cores) e do Departamento de Ação Regional (Depar), além de outras entidades e órgãos, como a Comissão de Política e Relações Trabalhistas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), os Comitês Permanente Regional do Estado de São Paulo e Nacional da NR-18, e o Fórum de Ação Social e Cidadania da CBIC.

Ter realizado tanto em meio às dificuldades que caracterizaram a vida associativa em 2018 nos deixa com a sensação do dever cumprido, no sentido da contribuição efetiva que a responsabilidade social proporciona à indústria da construção e ao país.

Fonte: Revista Construa