Construção civil aposta na sustentabilidade para minimizar impactos ambientais

Sustentabilidade e construção civil são dois temas que tempos atrás não estavam diretamente interligados. Mas a história parece ter tido uma reviravolta e, atualmente, é quase impossível falar de um assunto sem levar o outro em consideração. Os impactos ambientais provocados pelo setor da construção, como o grande consumo de água, o volume de resíduos e entulhos gerados nos canteiros de obras e a exploração de outros recursos naturais, preocupam o mercado e também a sociedade em geral.

Estudos apontam que, em um dia, cada trabalhador de obra gera aproximadamente 51,74 gramas de resíduos, totalizando cerca de 9 kg de resíduos por dia, se considerarmos uma obra com mais de 170 colaboradores. O impacto poderia ser menor caso os entulhos fossem totalmente recicláveis. Mas, de acordo com Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon) do montante de 290,5 toneladas de resíduos gerados diariamente no país, apenas 21% são reciclados.

A construção civil é um dos principais setores industriais do Brasil e, segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Renato Michel, o ramo vem apostando em ações sustentáveis, tanto em soluções de engenharia quanto na escolha da matéria prima. “A sustentabilidade visa o equilíbrio entre a disponibilidade dos recursos naturais e a exploração deles pela sociedade. E é exatamente isso que a construção civil vem fazendo,” enfatiza Renato.

O presidente destaca o retrofit, uma forte tendência do setor, como uma das ações de sustentabilidade. O processo busca restaurar prédios antigos de forma a preservar a arquitetura original. É a elaboração de um novo projeto usando os mesmos conceitos, mas aplicando novas soluções, tecnologias e materiais. “Nesse modelo, a gente tem a requalificação das edificações já existentes, aquelas que já consumiram recursos naturais e energia na sua construção, o que se torna grandes medidas sustentáveis,” afirma Renato.

Inovação, sustentabilidade e menor custo

Uma das formas de se trabalhar a sustentabilidade na construção civil é apostar em materiais mais baratos e que geram menos resíduos. A Ecogranito, que trabalha com o desenvolvimento de revestimentos inteligentes, é um exemplo.

Por meio de uma técnica japonesa, a empresa oferece um produto semelhante ao granito, que produz baixo impacto ambiental e não gera resíduos perigosos à natureza durante a fabricação. Segundo a empresa, o revestimento é “três vezes mais barato em comparação ao porcelanato e cinco vezes mais acessível que o granito”.

“O diferencial de usar esse revestimento é que o cliente vai ter a aparência final do granito em diversas cores, mas com muito mais facilidade e rapidez na aplicação, sem desperdício, e sem corte de rochas. Uma obra muito mais limpa, mais rápida, e que diminui o seu custo final significativamente. Além de ostentar a mesma beleza e o mesmo visual de uma fachada que usa granito,” afirma a Simone Las Casas, diretora de Marketing da Ecogranito.

A diretora diz que a empresa encontrou um equilíbrio ao reduzir a extração de recursos naturais e ao mesmo tempo oferecer um produto bonito e de alto rendimento minimizando o impacto ao meio ambiente. “Os aditivos utilizados na formulação dos produtos são escolhidos em função de seu potencial poluidor, periculosidade e cheiro, de modo a minimizar o impacto ao meio ambiente, à saúde e segurança das equipes de produção, de aplicação e dos transportadores de nossos produtos,” destaca Simone.

Construa Minas

Grandes nomes do mercado imobiliário mineiro e nacional vão se reunir, de 17 a 21 de outubro, na primeira edição do Construa Minas, iniciativa do Sinduscon-MG e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

O evento, com o tema “Construa – Onde a Construção do Brasil se encontra”, terá formato híbrido com encontros presenciais em Belo Horizonte e será realizado em parceria com mais de 20 entidades da cadeia produtiva do setor no estado. A ideia é discutir com especialistas da indústria da construção temas estratégicos do setor e do mercado imobiliário em nível nacional e estadual.

Fonte: O Tempo