Confiança da Construção se mantém relativamente estável em junho

Em junho, o Índice de Confiança da Construção (ICST) do FGV IBRE se manteve relativamente estável ao variar -0,1 ponto, para 93,9 pontos.

Em médias móveis trimestrais, o índice variou -0,2 ponto. “A oscilação negativa da confiança em junho decorre da percepção negativa das empresas em relação à demanda dos próximos meses”, observou Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do FGV IBRE.

Entre os fatores limitativos à melhoria dos negócios, diz ela, a demanda insuficiente voltou a ser o principal problema para os empresários do setor.

“Não foi um movimento disseminado, mas vale destacar que a confiança das empresas de Edificações Residenciais evoluiu de forma positiva e alcançou o melhor resultado desde outubro do ano passado, provavelmente já alavancada pelas medidas em relação ao MCMV”, disse a pesquisadora.

No cômputo total, acentuou Castelo, as empresas da construção chegam ao fim do primeiro semestre menos confiantes do que estavam em dezembro, deixando um sinal de alerta em relação à continuidade do ciclo recente de crescimento do setor.

A estabilidade do ICST deste mês refletiu o resultado dos seus dois componentes, sendo que o Índice de Situação Atual (ISA-CST) se manteve aos 92,5 pontos, o menor desde março de 2022 (92,0 pontos).

Já o Índice de Expectativas (IE-CST) variou 0,3 ponto negativo, para 95,3 pontos, no menor nível desde janeiro deste ano (92,2 pontos).

Os dois indicadores que compõem o ISA-CST tiveram variações opostas. Enquanto a situação atual dos negócios recuou 0,5 ponto, para 91,0 pontos, menor nível desde maio de 2022 (89,7 ponto), o volume de carteira de contratos subiu 0,6 ponto, para 94,2 pontos.

Na ótica das expectativas, os componentes do IE-CST também tiveram variações contrárias: a demanda prevista retraiu 0,8 ponto, para 96,5 pontos, menor nível desde janeiro deste ano (93,4 pontos), enquanto a tendência dos negócios variou 0,2 ponto, para 94,1 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção variou 0,3 p.p., para 80,2%. O Nuci de Mão de Obra seguiu a tendência geral variando 0,3 p.p., para 81,3%, e o Nuci de Máquinas e Equipamentos cedeu 0,7 p.p., para 76,1%.

Na comparação interanual, os empresários também estão menos confiantes, o que decorre de uma percepção mais negativa da situação corrente e, em maior medida, expectativas piores.

“O fim do boom das reformas afetou especialmente as empresas de Serviços Especializados, que tiveram o pior desempenho no período e são também as mais pessimistas com a demanda dos próximos meses”, destacou a coordenadora do FGV IBRE.

Fonte: Grandes Construções