Como alcançar mais resultados

O varejo está pressionado pelo crescimento das compras on-line e pelo advento das grandes plataformas de e-commerce, detentoras de logística e capacidade digital para se adaptarem rapidamente as mudanças do comportamento do consumidor.

Empresas globais como Amazon, gradativamente ampliam sua base de atuação no Brasil; em paralelo, a expansão das nacionais como Americanas.com, Submarino.com, além das operações digitais das líderes do setor.

Com isso aumenta a popularidade do smartphone (celulares inteligentes) como canal de venda – nos EUA, o canal originou 49% do tráfego de compras no final de 2018 -, apesar de uma ainda taxa de conversão abaixo das expectativas, com muitos desafios a serem enfrentados, e a experiência do consumidor não plenamente atendida desde a escolha do produto até a finalização da compra (check out).

A velocidade e a simplicidade são dois fatores-chave que impulsionam o comércio eletrônico. Modernizar o funcionamento da cadeia de suprimento, e terceirizar algumas das etapas da operação têm o potencial de agregar valor ao negócio. Confira como esses temas estão sendo tratados:

Cadeia de Suprimentos do Varejo 4.0

Tradicionalmente, o maior desafio do varejista é coordenar o estoque garantindo produtos em todos os canais, o que demanda alinhamento permanente com os fornecedores e os fabricantes; a má gestão do estoque compromete a lucratividade (estoque a maior ou a menor).

Ao gerenciar eficientemente a cadeia de suprimentos, o varejista reduz os custos e entrega os produtos ao consumidor mais rápido. Agregar tecnologias 4.0 à gestão e aos processos, significa automatizar as principais funções oferecendo experiências personalizadas a cada comprador, além de previsões mais assertivas.

As novas tecnologias digitais, particularmente a inteligência artificial, permitem usar dados para prever o comportamento de compra do consumidor e, a partir dessa informação, “fazer o caminho de volta” até a cadeira de fornecimento para atender com eficiência a demanda esperada.

Foi o que fez, em 2016, a segunda maior rede de farmácias dos Estados Unidos, Walgreens Boots Alliance (Walgreens, Duane Reade, Boots), ao antecipar um surto de gripe prevendo com precisão o estoque adequado de remédios contra gripe (no caso, vendidos sem receita médica).

Trata-se de uma cadeia de suprimentos eficiente, que minimiza desperdício, consequentemente, custos. O fator escala é diretamente proporcional ao benefício gerado; criar uma plataforma de automação end-to-end usando reconhecimento de imagem e ciência de dados (insights que aumentam a eficiência de todas as etapas), requer capacidade de investimento, em geral, não disponível aos pequenos varejistas. O caminho da terceirização parece mais factível: acesso à soluções inovadoras a custos menores.

Full Commerce

A prática do Full Commerce consiste na terceirização de etapas do processo de venda, desde o planejamento e a operação em si, até os fluxos de pagamento, logística, marketing, atendimento.

A terceirização, gradativamente, tem se tornado uma opção dada a complexidade do comércio eletrônico, que hoje representa cerca de 25% do faturamento e 35% do volume dos principais varejistas no país, com previsão de chegar até 50% em 2022.

Existem várias plataformas no mercado especializadas em soluções para e-commerce, englobando tecnologia, gestão e marketing, como a Tray, unidade de e-commerce do Grupo Locaweb. Anteriormente focado no varejo, a Tray diversificou sua área de atuação ao adquirir em 2016 a FBITS, empresa de tecnologia especializada no comércio eletrônico, voltada ao desenvolvimento de plataformas e ferramentas para o público corporativo. Nesse modelo de prestação de serviço, o risco é compartilhado: a remuneração da plataforma de Full Commerce é um percentual sobre as vendas do varejista.

A Via Varejo – responsável pelas redes de lojas físicas e virtuais das Casas Bahia e do Pontofrio, dos móveis Bartira e dos sites extra.com.br e barateiro.com -, possui uma unidade de negócio de soluções customizadas para a operação de comércio eletrônico contemplando desde a criação da própria plataforma até a gestão dos canais de atendimento (off e on-line).

Seu principal produto é a solução “full commerce” que cobre todo o ciclo de compra on-line:

(a) vendas (planejamento, mídias, BI, marketing e vendas

(b) logística (armazenagem, expedição, transporte com entregas especiais)

(c) atendimento (distintos canais).

Estão disponíveis soluções modulares, como Fulfillment – sistema de logística integrado à gestão de estoque (agilidade e assertividade), e Marketing – criação e disparo de e-mails marketing, peças para landins pages e hotsides, SEO, CRM, Web Analytics.

Cabe a cada varejista, levando em conta sua estratégia e condições objetivas (limitações/restrições, objetivos/metas) avaliar qual o melhor caminho e quais as melhores soluções dentre as disponíveis no mercado para reduzir os riscos e maximizar os resultados.

Fonte: Revista Construa