Cidades de futuro e O Futuro das Cidades

De modo geral quando falamos das Cidades do Futuro nos referimos a como serão os aglomerados urbanos novos, aqueles que estão sendo projetados e construídos agora, levando em conta todas as tecnologias e aprendizado acumulado ao longo da história humana. Não necessariamente cidades que estão sendo feitas partindo do zero, destinadas a comunidades rurais e que não incorporam todas as modernidades tecnológicas, mas que já simbolizam um extraordinário avanço nas condições de vida de populações inteiras que ainda hoje são privadas de energia elétrica e cozinham com lenha suas refeições todos os dias. Na verdade, para nós cidades do futuro são como Masdar nos Emirados Árabes, ou Gujarat na India, ou Songdoo na Coreia do Sul, ou ainda Forest City na Malasia ou Xiongan na China. Essas cidades quebram os paradigmas e já nascem dentro dos conceitos da Economia Compartilhada, da Economia Digital, da Economia Circular, da Economia Criativa e da quarta revolução industrial.

O outro lado dessa mesma moeda diz respeito ao Futuro da Cidades (que já existem), onde vivemos hoje, que foram construídas há muitos anos ou mesmo séculos e que ao longo do tempo tiveram (e ainda estão tendo) um crescimento desordenado, caótico, mas que precisam desesperadamente adequar sua estrutura, seus serviços e sua vida à modernidade.

Esses dois tipos de cidade têm algo em comum, além da expectativa das pessoas por uma substantiva melhoria na qualidade de vida dos seus moradores, essas cidades colocarão em prática as ferramentas das Smart Cities, a lógica das cidades inteligentes, onde a mobilidade, a conectividade, a segurança, comunicação, blockchain, internet das coisas IOT, serão parte integrante da rotina urbana e essenciais ao bom funcionamento também dos serviços públicos.

Nas cidades de hoje, o grande desafio, no entanto, não é o COMO fazer isso e sim o QUANDO. As tecnologias já existem, muitas delas já dominadas e testadas, mas parece que só chegarão a ser realidade para nós daqui há muitos anos. Acontece que o tempo é o fator determinante na competitividade, na capacidade de reter talentos, de atrair negócios e de manter empregos. É a velocidade das mudanças o principal diferencial de sucesso nesse processo de transição.

Milhares de cidades estão, justamente agora, revisando seus planos diretores que valerão para os próximos 10 anos, porém, inexplicavelmente, esses novos paradigmas sequer estão sendo considerados na nova base jurídica de ordenação do espaço urbano. Por que? Quanto vai custar esta omissão em empregos, recursos e perda de competitividade? De quem afinal é a responsabilidade de inserir no debate e na construção dos novos planos diretores esta visão?

A CBIC entende que esse tipo de planejamento futuro não pode ser exclusivamente demandado das prefeituras, os governos têm prazo de validade de quatro anos, mas a sociedade organizada tem compromisso com o futuro e, portanto, deve assumir papel estratégico no protagonismo deste planejamento e até mesmo liderá-lo, sempre que possível trabalhando e desenvolvendo os planos em parceria com o poder público.

É o setor privado e o terceiro setor que mais afinidades têm com o conceito de planejamento estratégico de longo prazo e de diferenciais de competitividade associados a aumento de produtividade e redução de custos, conceitos ainda muito distantes da gestão pública infelizmente.

Através do programa O Futuro da Minha Cidade, a CBIC, em correalização com o Sese Nacional, patrocínio da Caixa Econômica Federal e a participação dos Sinduscons, Ademis e outras entidades representativas, têm procurado instigar cidades brasileiras a sair da sua zona de conforto e assumir o desafio de desenhar o seu próprio futuro.

Buscando promover ainda uma maior troca de experiências entre comunidades que já aceitaram esse desafio, será realizado dias 21 e 22 de março, em paralelo ao evento Smart City Expo Curitiba, o 3º Workshop de Boas Práticas na construção desta nova governança, com o objetivo de disseminar o conhecimento e as práticas já desenvolvidas por aqueles municípios que já estão com o Projeto implementado e promover a qualificação e o engajamento dos municípios que estão iniciando o processo. Participe!

Fonte: Revista Construa