Atividade econômica registra leve declínio no início do quarto trimestre
A atividade econômica brasileira, medida pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), iniciou o último e quarto trimestre do ano com queda de 0,05% em outubro, em comparação com setembro.
Os dados, divulgados pelo Banco Central, sinalizam acomodação da atividade no fim de ano e contrariam a expectativa da agência de notícia Reuters, que previu alta de 0,50% no indicador.
Considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todas as riquezas produzidas no país, o resultado retrata, ainda, um desempenho negativo do índice, que vem se repetindo consecutivamente desde julho.
Ao detalhar a previsão para o restante do ano, a informação é de que o quarto trimestre deva ser marcado pelos impactos defasados do forte aperto monetário promovido pelo Banco Central, que atua com o propósito de combater a inflação elevada, e pela iminência de uma recessão global.
O BC, além de divulgar os dados relativos ao quarto trimestre, ainda revisou o desempenho do IBC-Br de setembro. O resultado, que foi de avanço de 0,05% na época, foi atualizado para uma queda de 1,13%.
Por fim, na comparação com outubro do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 3,68%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 3,13%, de acordo com números anunciados.
Ao abordar os dados relativos ao desempenho do PIB, o BC permaneceu com notícias pessimistas. O levantamento apontou que o Produto Interno Bruto do Brasil perdeu mais força do que o esperado no terceiro trimestre do ano e cresceu 0,4%, segundo dados divulgados pelo IBGE no início do mês.
Mas, ainda assim, marcou o maior patamar da série histórica, com início em 1996, impulsionado mais uma vez pelo setor de serviços em meio a uma demanda ainda robusta por parte das famílias. Em outubro, o destaque foi a queda de 0,6% no volume de serviços, interrompendo a série de cinco meses de alta e acendendo sinal de alerta.
A produção industrial brasileira, por sua vez, cresceu 0,3% no mês, mas o resultado não compensou o recuo dos dois meses anteriores. O destaque positivo foi o varejo, com aumento das vendas pelo terceiro mês seguido, de 0,4% em outubro.
“Na nossa avaliação, a perda de dinamismo de todos os grandes segmentos reflete os efeitos da política monetária contracionista sobre a economia brasileira. Acreditamos que esta tendência deve continuar sendo observada nos próximos meses, haja vista o encarecimento do custo de acesso ao crédito e da elevação do nível de inadimplência em um contexto de elevação das incertezas em torno da condução da pauta econômica durante o próximo governo”, disse a empresa Genial Investimentos, em nota.