Alta concentrada da indústria é alerta, mas análise por categorias aponta expansão sustentada, diz IBGE

No crescimento de 0,9% da indústria brasileira em março, ante fevereiro, apenas cinco das 25 atividades acompanhadas pelo IBGE na Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) registraram avanço. A concentração é um sinal de alerta, diz o gerente da pesquisa, André Macedo, mas o aumento na produção das indústrias de transformação e extrativa e a análise pelas categorias da indústria apontam para uma expansão sustentada, defende ele.

“O fato de termos resultados negativos mais espalhados e só cinco atividades no campo positivo chama atenção, é claro que traz algum sinal de alerta”, afirma André Macedo.

Por outro lado, no entanto, cita a expansão da produção nas categorias de bens intermediários e de bens semiduráveis e não duráveis, que respondem por algo entre 80% e 85% do setor industrial, e as taxas positivas tanto na indústria de transformação quanto na extrativa. “Então se entende um movimento de crescimento mais sustentado”, diz.

Na análise por categorias da indústria, a produção de bens intermediários avançou 1,2% na passagem entre fevereiro e março, enquanto o resultado de bens semi e não duráveis foi de alta de 0,9%.

Outra forma de olhar o resultado é pela seção da indústria. A indústria de transformação cresceu 0,8%, ao lado de uma alta de 0,2% das indústrias extrativas.

Até mesmo a primeira queda anual da indústria, após sete altas seguidas, é contextualizada por Macedo. A produção industrial caiu 2,8% em março, ante março de 2023, depois de sete meses de alta. Na avaliação do gerente do IBGE, a principal influência veio do efeito calendário, já que março de 2024 teve três dias úteis a menos que março de 2023.

Fonte: Valor Econômico